quinta-feira, 21 de agosto de 2014
Um Dia, a Morte
Quando Hamlet, o príncipe da Dinamarca, ergue a caveira de Yorick, um falecido bobo da corte, exclama: "Ser ou não ser, eis a questão!" Desta forma o dramaturgo inglês, Willian Sheakspeare - na peça homônima - tratou de um dos temas que mais assombra os humanos, o outro lado da vida: a morte; ou, como alguns preferem, o ser e o nada.
A verdade é que algo abominável os espreita a todo instante, em cada esquina das existências; conscientes disso, os humanos não aceitam, mas tudo que existe, um dia nao existiu e um dia não vai mais existir - de forma que nem deveriam falar a palavra "somos", mas "estamos". Acontece que, a partir do momento que as pessoas tiveram consciência de suas existências e entenderam que suas mortes são inevitáveis, de que mais cedo ou mais tarde todos vão morrer, esses humanos passaram a segurar-se nas ciências ou nas religiões.
Todos aqueles que sabem que existem, lutam pela sua manutenção das suas existências e fazem isso quando suprem suas necessidades de alimento, de bebida, de sono ou de abrigo. Certamente que esses seres, quando humanos - por algum motivo, em algum instante - também podem não levar em conta suas existências, agindo então despreocupadamente, descontrolando suas ações e se aproximando de um momento final.
Caminhamos dioturnamente em direção ao suspiro derradeiro, orientados para o fim da existência, para onde nada sabemos, a não ser as orientações religiosas. Aos crentes, o pós-morte é uma continuidade de bom ou de ruim, dependendo das ações dentro das suas existências; aos descrentes, ao contrário, o depois da passagem, da virada, nada mais resta: Jean-Paul Satre falava em "o ser e o nada".
A verdade é que o que aconteceu de mais importante até hoje para todos os seres vivos, foi o nascimento e a segunda coisa mais importante que vai acontecer, será a morte; ou seja: cada segundo a mais que se vive, é um segundo a menos na existência de cada ser. Era disso que Sheakspeare clamava por um entendimento: "Ser ou não ser, eis a questão". Sim, pode ser contraditório, mas é real: os seres nascem para morrer, tudo é pó e tudo ao pó tornará; mas a razão não é suficiente para fazer entender e é sabido que, se tudo tem um fim, até o pó findará. Nada é perene.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirProfº Belini, parabéns pelo artigo. O interessante é que estamos, não somos, o quê pensamos ou achamos que somos...rs
ResponderExcluir