quinta-feira, 14 de agosto de 2014
Viver Para Sofrer
Se tem uma experiência que é inerente aos humanos, que os acompanha por suas existências e que se manifesta voluntária ou involuntariamente, é o sofrimento. Os humanos vivem, portanto experimentam a felicidade, mas também sofrem; uma emoção negativa que se instala nas pessoas quando estas sentem as suas dores, assim como quando presenciam as dores das pessoas queridas ou quando são contrariadas naquilo que defendem para si ou para os outros
O pensador alemão, Arthur Schopenhauer, já dizia que os humanos vivem para sofrer e que têm apenas alguns picos de felicidade, mas que ao conquistar o que almejam, ou ao suprirem suas necessidades, logo voltam ao estágio do sofrer. Esse sofrimento pode ser físico - a fadiga, a dor ou sustentação de um peso, e ou mental - a contrariedade de pensamento, os sentimentos de injustiça, de inferioridade e exposição pública de forma indevida de um modo geral.
Entretanto, o sofrimento não é um mal por si só. Algumas seitas religiosas ensinam à resignação, como forma de elevação, na corrida da condição humana para um possível além, ou ensinam que o sofrimento é uma forma de provação divina e que depois virão as recompensas. O auto-flagelo em todas as suas formas, como o açoite ao próprio corpo, o jejum (a fome voluntária), o transporte de pedra sobre a cabeça ou a romaria (o ato de percorrer por longo caminho para chegar a um lugar sagrado) - para muitos podem ser uma formas de purificação.
Se o sofrimento pode servir ao propósito de provar para si a capacidade de controle ao próprio corpo, a sua manifestação pode também servir para chamar a atenção daqueles que se posicionam em seu entorno. A chamada vitimização, por exemplo. De que forma? Algumas pessoas, ou grupo de pessoas, ou religiões, ou etnias inteiras, se mostram como vítimas sofredoras - pois assim, todos ficam condoídos e eles conseguem seus intentos.
Enfim, o estoicismo já ensinava, na Grécia antiga, que uma maneira de elevar-se como pessoa seria suportando as variadas formas de dores; sim, alguns estóicos, provocavam em seus próprios corpos ferimentos para assim, suportarem e provarem para si mesmos suas forças. Para eles, a pessoa elevada é aquela que suporta, não só as suas dores físicas e mentais, mas também todas deliberações e necessidades, provenientes de seus instintos naturais.
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