quinta-feira, 20 de novembro de 2014
A Família e as Transformações Sociais
Se os esteios de uma sociedade, que de acordo com o sociólogo Emmile Durkheim - são as instituições, a pergunta que se faz necessária nos dias de hoje é: como se pode pensar a família, diante de sua importância na formação do indivíduo? Essa pergunta se deve por que, nos tempos dificeis que estamos vivendo, quando novos modelos de estruturas sociais aparecem nas conjunturas do dia a dia, torna-se esse, sem duvida, o centro da discussão.
Para o pensador francês, cada instituição, assim como os órgãos componentes de um corpo humano, devem obedecer sempre os seus papeis -sob pena de um estágio patológica. Se o coração deve ter um papel inalterado diante do corpo, como o pulmão, o cérebro e assim por diante, também as instituições sociais devem ter suas funções pensadas inalteradamente, na formação do indivíduo.
Essa é uma linha de pensamento conservadora, em que se põe as instituições sociais de forma perene; posição que nao aceita qualquer possibilidade de mudanças de comportamento ou de novos olhares. Nos tempos atuais, quando as transformações políticas e econômicas ocorrem aceleradamente, a olhos vistos, não é possível se manter um pensamento dessa natureza.
A grande família, aquela que fora originada ainda no clã da antigüidade, recentemente deu o seu lugar á família nuclear, com um fogo de quatro membros, nos dias mais recentes, se vê ainda diante de mais alterações. Desta vez, as alterações são profundas, mudando completamente os antigos papeis do pai, da mãe, ou do avô, figuras imaculadas na cultura ocidental.
Sendo assim, sinto dizer aos mais conservadores que "tudo que é sólido desmancha no ar" (como disseram, no Manifesto Comunista, Karl Marx e Friedrich Engels). Se tudo que existe, um dia não existiu e um dia nao vai existir, também a instituição família, um dia teve um aspecto, com uma série de papéis, regras e hierarquias, daqui algum tempo também vai ser bem diferente.
Nos dias de hoje a família já houve tantas mudanças, de forma que a Sociologia precisa ser repensada sobre o que afirmara na sua época inicial, assim como é preciso rever o que diz o Código Civil e mesmo as linhas teológicas das várias religiões. Ora, as famílias atuais já podem ser de mãe e filhos, de avó e netos, só de irmãos, de dois pais e filhos ou de duas mães e filhos. Parece que o que permanece inalterado é o papel da família na vida do indivíduo: o aconchego.
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Realmente, o verdadeiro papel da família, aconchego/proteção, não está preso à presença de membros específicos nessa instituição. Porém, independente de sua nova constituição, a família continua ser a base de nossa formação social.
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