quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

"Yes": Idioma e Respeito

"Shopping center", "stand up", "noteboock", "short" e "homepage" são apenas algumas palavras inglesas, não aportuguesadas, mas usadas naturalmente no linguajar do brasileiro dos tempos atuais. Algumas palavras entraram no idioma falado no Brasil e expulsaram suas correspondentes portuguesas: "site" (sítio), "bacon" (toucinho), "case" (caso), "mouse" (rato/cursor), entre  tantas outras. Isso sem contar com os nomes dos brasileiros: Willian, Marjurie, Wallace e segue uma extensa  lista. Difícil é explicar ao forasteiro o que acontece no Brasil. Seria uma visão colonialista em que os membros de uma sociedade nascem, vivem e morrem em um determinado território se sentindo estrangeiro? Difícil de dizer. O certo é que se pronuncia errado o Português sem qualquer temor, mas parece ser um pecado mortal o uso inadequado de qualquer expressão no idioma Inglês. Longe de se fazer apologia a sistemas nacionalistas, mas um povo que sabe para onde segue, tem uma dada cultura e respeita-a. Ora, assim como as crenças, as danças, os costumes, o idioma de um povo é estrutura que acimenta uma dada unidade social. Claro, o nacionalismo pode ser um sistema que aglutina um povo em torno de uma luta contra forças imperialistas, como pode ser um sistema excludente e xenófobo. Também é preciso ficar claro a necessidade de que o indivíduo conhecer uma ou mais línguas estrangeiras é uma necessidade premente no mundo atual, de realidade digital e com distâncias cada vez mais curtas. Desde os primórdios da história humana, aqueles que dominaram outros idiomas estiveram a frente das demais membros de sua sociedade, se relacionando com pessoas diferentes. Entretanto,  respeito ao idioma  é elemento agregador, mas isso só acontece com pessoas que se respeitam, defendem seus interesses e lutam verdadeiramente por suas vidas. É preciso que se entenda não ser possível construir uma sociedade respeitosa, dando as costas para a sua realidade social, sua realidade cultural, suas crenças, sua história ou seu idioma. Talvez não se possa separar deficiência econômica, corrupção, patriarcalismo, prepotência midiática ou mandonismo, do uso corrente de expressões como "self service", "fast food", "game", "pet shop", happy hour", "halloween". E assim, no dia a dia, a mentalidade média brasileira se cristaliza: "oh 'yes, my people', a gente vivemos como pode".   

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