segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
Jornalismo: Nascimento, Vida e Morte
Um fruto genuíno da modernidade que esteve à frente de todos os grandes eventos políticos, religiosos e culturais desse período, a Imprensa, nos dias de hoje dá uma clara demonstração de cansaço e sua decadência parece iminente. Se os protestantes se utilizaram desse veículo para divulgar ideias reformistas, também fizeram os liberais ingleses, os revolucionários franceses e mesmo os socialistas por todo o mundo, até que foi admitido sob o ponto de viste de uma indústria levando informações diárias a um grande público heterogêneo.
Por mais que a comunidade jornalística identifique a atividade como já existente entre os escribas egípcios ou entre os emissários medievais, esses nada mais foram que funcionários públicos desempenhando suas funções burocráticas. De fato o jornalismo é mesmo um fenômeno moderno e o seu surgimento aconteceu com a invenção da imprensa pelo alemão Johannes Guttemberg nos últimos anos da Idade Média.
É um tema de alta complexidade e por isso requer alguns cuidados na análise ja que a sua extinção se deve a uma série de fatores - de ordem cultural, social e política, mas fundamentalmente, econômica. A partir do momento que a atividade passou a ser um produto sensível a todos os conceitos meramente mercadológicos (oferta e procura, concorrência, clientela etc) perdeu sua originalidade, a informação.
Por outro lado, se não é mais um instrumento de informação é sim um instrumento de manutenção de uma estrutura, um controle social: um instrumento político. Com isso, os grandes proprietários dos veículos jornalísticos dão as coordenadas políticas, os editores e diretores de redação seguram as rédeas nas reuniões de pauta e fechamento das matérias e um exército de trabalhadores produzem as informações determinadas.
Acontece que o jornalismo é uma mídia - quer dizer médio - está no meio, entre o indivíduo comum e o fato ocorrido. Ora, o próprio sistema econômico capitalista ampliou o número de veículos concorrentes e as pessoas, com mais instrução reconhecem sua condição cidadã e passam a querer informações coerentes.
O tema é complexo porque isso não é linha geral, enquanto alguns profissionais sofrem demissões por tentarem subsistir com um profissionalismo livres e imparciais, outros são favorecidos por serem ainda mais patronais que os patrões. Seria possível um sobrevida se a ordem fosse de autonomia e autenticidade na produção de toda e qualquer matéria, mas pelo visto está longe de acontecer e é por isso o fenômeno do jornalismo está mesmo em queda.
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