segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Sociedade, Tecnologia e Insegurança

Nesse inicio do terceiro milênio da era cristã a humanidade vive o resultado das suas relações sociais, econômicas e politicas e essas a partir das suas construções tecnológicas. Vive-se por essa época uma loucura de medo, cercado de chaves de segurança, olho vivo, cerca elétrica, escolta armada, policiais de vários tipos, guardas municipais, além das guarnições privadas. Em nome da segurança números e siglas identificam cada membro da sociedade e punido ou descartado todo e qualquer individuo não possuidor dos tais números de RG (Registro Geral), de CPF (Cadastro de Pessoa Física), e de CNH (Carteira Nacional de Habilitação), além de outros. Cada vez mais se criam leituras biométricas, senhas de acesso a sítios dos órgãos governamentais e de sistemas bancários. Isso que se pretende como um ordenamento de segurança dos dias atuais é mesmo uma parafernália de códigos, números de telefones e e-mails que limitam o homem moderno e tolhem as suas possibilidades de ação. Acontece que é impossível um grande poeta que entra de cabeça no mundo das letras, ou um medico atarefado e solicitado a todo instante, ou um grande arquiteto, ou um grande jurista traga de cabeça esses tantas códigos. Talvez isso explique a escassez atual de grandes poetas, grandes médicos, grandes arquitetos e grandes juristas. Isso porque as pessoas - juntamente com seus conhecimentos artísticos, filosóficos e científicos – precisam desesperadamente ganhar a vida, atender aos apelos do mercado e ainda guardar na mente uma serie de códigos e senhas. É quase um “ou a senha, ou a vida”. Sim porque caso a sua mente confunda os códigos e senhas, numa sopa de letras e números perderá seus escritos, seus contatos com mais números de telefones e mais e-mails e mais códigos e mais senhas. O medo que provoca é que com tantas chaves, tantos números e tantas letras esse tal conceito de segurança não é atingido provocando entre os especialistas o pensamento de que a solução é ainda mais senhas e mais códigos. O resultado é que quanto mais se fala em liberdade, isso é o que menos se tem. Os conceitos de liberdade e de segurança estão intimamente ligados e a sociedade que se construiu nas ultimas décadas, por mais que traga em seus discursos tais palavras e suas derivações é o que menos se tem. Com suas senhas e códigos e em nome de liberdade e segurança, a humanidade constrói a cada dia as suas prisões e inseguranças. (0bs. 0s artigos publicados sempre nas segundas e quintas).

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