quarta-feira, 6 de janeiro de 2016
O Brasil, o Mundo e a Crise
Atualmente no Brasil está-se falando em crise por todos os lados, mas de forma isolada, como se o fenômeno fosse algo fechado, resultado unicamente das decisões governamentais. O pensamento é: se a economia caminhar a contento dá-se todo o crédito aos homens do governo, da mesma forma o seu inverso, qualquer percepção de inflação ou de desemprego o crédito vai também para mesmos.
O certo é que para discutir economia é preciso se levar em conta uma série de fatores de caráter endógeno e exógeno no que se refere às decisões políticas, ações sociais e tipos culturais de cada sociedade. A grande falha nas decisões dos governantes é sim de tentarem resolver as suas situações econômicas com decisões pontuais, sem levar em conta o que ocorre e o que pode ocorrer ao redor do mundo.
Ora, historicamente grandes e economistas já tentaram explicar, por inúmeras vezes, as crises recorrentes: num momento a oferta de mão de obra cresce e em outra desce, num momento o poder de compra se eleva fazendo encolher as massas de miseráveis e, em outro, cai gerando mais e mais pobrezas. O economista russo Nikolai Dimitrievich Kondratiev explicou tais situações com um conceito que ficara conhecido como Ciclos de Kondratiev; posteriormente fora repudiado por parte de teóricos socialistas e capitalistas, mas a sua contribuição permaneceu.
Acontece que o russo via o ciclo econômico - os altos e baixos - sob o ponto de vista de uma longa duração; para ele, as economias europeias e americanas, a cada quarenta, cinquenta ou sessenta anos, se elevavam ou desciam de acordo com fatores estruturais e conjunturais pelo mundo a fora. Talvez o pensar a economia se alterando em muitas décadas, seja o grande engano de Kondratiev, mas não a existência de ciclos econômicos aos quais as sociedades estejam completamente ligadas.
Principalmente nos tempos atuais quando as economias pelo mundo a fora tornam-se cada vez mais dependentes entre si. Quer dizer: se a máquina chinesa dá sinais de fraqueza, se os Estados Unidos já não importam como antes ou se os europeus se endividam uns com os outros, países como Brasil, Argentina, Rússia, Índia etc, entram - de imediato - na mesma ciranda e suas populações são as que mais sentem.
Nos últimos anos o mundo vive um período de saturação econômica e os países desenvolvidos, os grandes produtores sofrem uma profunda queda no seu poder de investimento levando de imediato a um desaquecimento das economias em geral. Nesse caso os governantes periféricos - sentindo a pressão externa - erram por não tomarem as decisões adequadas para enfrentarem tais crises e as oposições erram por torcerem pelo quanto pior melhor.
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