quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
Tecnologia, Redes Sociais, Mentiras e Democracia
Quando alguém fala em evolução deve tomar alguns cuidados já que o conceito sugere mais que uma mudança apenas, mas uma mudança de um estágio inferior para outro superior. O que confunde tudo é que nos tempos atuais convencionou-se a afirmar que o mundo está mais evoluído que aquele dos tempos da antiguidade ou do medievo; aliás, a modernidade foi construída encima de um sentimento de evolução em relação a era passada. Ora, não necessariamente isso é verdade.
Os tempos de hoje são marcados pelos avanços tecnológicos nas mais diversas áreas, mas somente a esses avanços pode ser creditado que se está vivendo uma evolução. Se hoje é possível utilizar engenhos de alta tecnologia, o mesmo não se pode dizer dos comportamentos das pessoas em relação a essa mesma tecnologia, bem como em relação a si próprios e em relação aos seus círculos sociais.
O que se quer dizer é que, com um pequeno aparelho é possível conversar - olhando cara a cara - com o filho que mora em outro continente, reproduzir textos, sons, objetos materiais e até mesmo assistir ao espetáculo de uma guerra em tempo real. Mas a isso não se pode afirmar ser uma evolução se aquilo que se faz com toda a tecnologia não for de respeito às pessoas com quem se relaciona.
Se as chamadas redes sociais (facebook, twitter, instagram, whatsapp e tantas outras) aproximam as pessoas - os amigos distantes, divulga fotos, músicas, aulas, discursos etc, mas também publica-se materiais racistas e homofóbicas, incita-se ao ódio, provoca-se o medo, além de se construir "fakes" divulgando mentiras com o intuito de macular a pessoa dos desafetos.
Por outro lado, não se pode negar que as novas tecnologias de informação revolucionaram as comunicações em todo os cantos do planeta e até possibilitaram o fortalecimento da democracia já que as informações não são mais hoje algo restrito a uma elite que as usa como instrumento de dominação. Mas a democracia é frágil e pode facilmente ser manipulada e distorcida; ou seja: o uso dessa nova tecnologia de informação necessita que os usuários tenham instrução e ética; em uma palavra, responsabilidade - capacidade de medir as conseqüências.
Enfim, só se poderá dizer que há evolução se a humanidade sair do inferior para o superior no que tange as suas relações sociais, no que tange à responsabilidade das ações, não na criação de novos equipamentos de comunicação usados como armas contra desafetos.
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