quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Felicidade: o Individuo e a Sociedade

Um tema muito frequente nos debates filosóficos - quase se pode dizer que é o principal motor da filosofia - a razão da existência humana, a sua dinâmica: a eterna busca pela felicidade. Por sua vez, esse é um conceito complexo já que, em geral é expressado de forma subjetiva e pode retratar além de uma vontade individual, tambem uma vontade social - expressada no devir da história. Ora, se o que movimenta o destino da humanidade é a busca pela felicidade, o que se pode perguntar é: como essa busca deve acontecer? ou, deve-se buscar em grupo ou individualmente? E é nessa última pergunta que reside o ponto básico dominante na política mundial da era moderna: o conflito econômico e político entre capitalismo e socialismo. Acontece que as relações sociais no modo de produção capitalista são excencialmente individualistas, já que são calcadas no mercado, na aquisição de bens por parte de cada membro da sociedade individualmente, na disputa, na concorrência. Diferentemente das relações sociais em um modo de produção socialista que são calcadas em uma estrutura econômica planificada, dentro de um pensamento forjado nas lutas revolucionárias do seculo 19: "a cada um de acordo com suas necessidades". Nos últimos séculos, se a humanidade fez inúmeras descobertas, criou aparelhos complexos, remédios eficientes, foi a Lua, pensou também na possibilidade de criar um sistema econômico-político que visasse o bem-estar da coletividade. Pode-se dizer que o que se vive nas últimas décadas é o resultado do conflito entre um viés e outro, entre a busca da felicidade individualmente e a busca da felicidade a partir de um pensamento coletivo. O problema é que o individualismo se fundamenta na disputa, na concorrência e o resultado é a divisão social, a decadência estrutural e a violência, já que alguns poucos vencem a disputa enquanto a grande massa é descartada. Acontece que a concorrência é desleal tendo em vista que as pessoas são diferentes entre si, nas suas origens, nas suas necessidades, nas suas vontades. Se são formadas a partir de uma mistura biológica e social, essa combinação pode criar indivíduos que mesmo despossuidos, na maior amargura das suas vidsa sociais, enfrentam os seus problemas e os vencem, como pode criar indivíduos que naturalmente fraquejam diante das adversidades. Se homens e mulheres não são naturalmente sociais (já que podem sobreviver por longo periodo isoladamente), se formaram em suas civilizações, construidas com seus idiomas, com suas artes, com seus modos de vida e suas religiões. Assim se formaram como seres humanos da modernidade, nas civilizações, e assim se fazeram por necessidades sociais de cada um dos individuos. Cada homem, cada mulher vive buscando pela sua felicidade, mas se essa busca for feita individualmente em algum momento a decisão voltar-se-á contra si próprio, isso porque se na sociedade cada um precisa do outro, a felicidade plena só poderá acontecer se buscada coletivamente.

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