segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Manifestações, Câncer e Corrupção: Uma Política Estadunidense?

Que ainda se vive os resquícios da Guerra Fria e que o poderio bélico e econômico dos Estados Unidos da América é de uma enormidade desproporcional não se questiona, mas é preciso que se diga sempre que, com isso, a sua capacidade de interferência na vida política social e econômica dos povos não tem tamanho e caracteriza uma época. Se em outrora os seus interesses levaram-nos a treinarem militares de países subdesenvolvidos contra o que chamaram de “perigo vermelho”, nos tempos atuais usam métodos que vão da força midiática, da diplomacia ao embargo econômico e a interferência política, até ações bastante diferentes, bem pouco convencionais. Podem parecer estranhas essas conclusões, mas se analisadas calmamente poderá se perceber um alinhamento em uma série de acontecimentos parecidos em todos os países cujos governos ou não se alinham às suas políticas, ou tendem para a busca de uma alternativa que não os ensinamentos estadunidenses. Por exemplo: os presidentes latino-americanos com uma base ideológica mais socializante, em um determinado momento sofreram de câncer; alguns morreram. Em poucos anos, Hugo Chavez, da Venezuela teve câncer na região pélvica; na mesma época Nestor Kirchner, da Argentina teve câncer no colo e logo em seguida foi a vez de sua esposa Cristina Kirchner, agora presidente, teve a mesma doença na tiróide. Evo Moralis, da Bolívia, se trata atualmente de um câncer no nariz enquanto Lula da Silva, ex-presidente do Brasil, na laringe e Dilma Roussef, atual presidente do Brasil, no sistema linfático. Só lembrando, os dois primeiros dessa lista morreram enquanto estavam a frente de seus países. Além desses, estão se tratando de câncer o presidente Rafael Correa, do Equador e Daniel Ortega, ex-presidente da Nicarágua, além de tantos outros. Outro ponto: em todos os países cuja política internacional não se alinha à dos Estados Unidos, o povo foi levado a rua exigindo a saída dos governantes. Interessante que isso aconteceu ao mesmo tempo: multidões foram às ruas do Brasil, da Argentina, ou da Venezuela usando as mesmas táticas: roupas que os identificassem, rostos cobertos e falando as mesmas palavras de ordem. A última investida são as incontáveis denúncias de corrupção, exatamente nos mesmos países não alinhados à política externa dos Estados Unidos. Agora usa-se técnica do judô: pôr o peso e a força do adversário para combatê-lo, nesse caso usa-se a estrutura pública local na defesa dos seus interesses. Não se está afirmando que não haja corrupção nesse ou naquele país, ou que não se deva investigar e prender os corruptos, mas que se usou uma realidade não para combatê-la, mas porque politicamente é uma arma de destituição de um governo indesejado. Se tudo não passa de incríveis coincidências, cabe ao leitor tirar as suas conclusões. Mas o real é que se o “perigo vermelho” já não existe mais, o medo persiste e não se sabe até onde vai.

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