quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Meios de Comunicação: o Império do Senso Comum

A chamada modernidade se caracterizou, entre outras coisas, pelo surgimento dos meios de comunicação de massa, de modo que não é possível discutir os grandes eventos desse período sem levá-la em conta. A importância se revela pela rapidez, uniformidade e massificação das informações e pela industrialização simplificadora da arte e uma completa descontextualização dependendo das necessidades do mercado. Em outras palavras, assim como se produz porcas, parafusos e arruelas, nessa era produz-se também a informação e a arte. A diferença é que as porcas e os parafusos não interferem no modo de querer e de acreditar das pessoas em geral, mas as falas que os jornais e a televisão publicam viram verdades absolutas de modo tal que vão às entranhas do interlocutor criando uma nova cultura até mesmo naqueles que passaram por um banco escolar e que deveriam ter algum senso critico antes de absorver algo. Mas não era de se esperar diferente, já que o modo econômico vigente tem essa característica: já engoliu todo o processo manufatureiro e entrou pelos serviços engolindo a educação, o esporte, o lazer, a fé, o sexo e a família; não seria diferente fazer o mesmo com as comunicações e arte. Entretanto, o mais terrível é saber que isso é feito pelos meios de comunicação de massa sob um alcance intelectual pífio, já que os tais “comunicadores” fazem suas especulações sobre Economia, Política, Ciência, Educação e Esporte a partir de um senso comum. Ora, não tem sentido pedir a um médico que faça uma análise econômica, ou a um esportista que exponha algo sobre a conjuntura política, nem que sociólogo faça um prognóstico de alguém acometido de uma doença do coração. Da mesma forma não tem sentido que pessoas que nunca estudaram sob um determinado tema, mas por estarem graduados em Jornalismo (muitas vezes em curso que deixou a desejar) e, devido a força das circunstâncias, se vêm diante de uma página de jornal, de um microfone ou de uma câmera de televisão a comentar sobre aquilo que o editor determinou. Isso significa que a força mais agravante dos meios de comunicação na era moderna não foi a massificação das informações, ou industrialização da arte, apesar de ter sido decisiva para a constituição da realidade social atual. O império do senso comum se alastrou sobre tudo e sobre todos. O resultado é que se por um lado os proprietários de jornais, rádios e televisão têm um instrumento de impor suas preferências políticas e um exército de homens e mulheres que justificam tudo, por outro, uma há população que absorve sem questionamento qualquer coisa, parecendo embriagada das próprias informações.

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