terça-feira, 11 de março de 2014

Violência e Sociedade

Difícil de destrinchar porque é um conceito complexo. A violência, está sendo tema de debate nas academias, tirando o sono dos governantes e atormentado a população em geral no seu dia a dia. A complexidade do tema se deve ao fato de que é este um fenômeno que possui os mais variados fatores e nuances; e pior, as soluções momentaneamente nao se vislumbra. Nas academias o tema é visto com desconfiança, medo e até descaso. Primeiro porque não há valorização de pesquisas sociais, políticas e econômicas - não há retorno financeiro para a universidade (alem do que a segurança pública é tratada por um sistema político-militar intransponível - nao há espaço para ingerência acadêmica); segundo, porque há um domínio do senso comum em alguns pontos (idade penal, pena de morte, sistema prisional, divisão de renda) e que necessita algum despreendimento. Por outro lado, tira o sono dos governantes porque o homem público tem em suas mãos uma população carcerária altamente dispendiosa, insubmissa e, nas ruas, uma população delinqüente agindo cruelmente. Se por um lado não há verba suficiente para ações afirmativas, eficientes, por outro, as leis são inadequadas e há falta de um plano de carreira descente para o funcionalismo; tudo isso prejudica a situação quando se pensa na busca de soluções. Resta ao cidadão comum - aquele que tenta cumprir os rigores da Lei - viver atônito, amedrontado, pedindo socorro. Quando falo de cidadão comum, quero dizer a classe média baixa, pois as altas classes da sociedade trancam-se em condomínios eletrificados, guarnecidos dia e noite e desfrutam de seus automóveis blindados.  Cabe ao cidadão comum, aquele que verdadeiramente é o trabalhador, o assalariado, o pequeno empresário, o professor, o profissional liberal, segurar as consequências. É esse cidadão que - muito além da violência nas ruas - já tem que agüentar a morosidade e o descaso da burocracia pública.

2 comentários:

  1. É urgente a necessidade de uma reforma geral, tanto na polícia Civil quanto na Militar, e o primeiro passo seria a aprovação da PEC 51, do senador Lendberg Farias, que propõe dar fim à forma de organização da segurança pública, ainda nos moldes do antigo regime militar, herança amarga da ditadura que permanece intocada... A partir daí poderemos discutir ações mais efetivas de combate à violência...

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