quinta-feira, 10 de abril de 2014
Um santo, um grego e o cristiansimo
Quando se converteu, Santo Agostinho afirmou que Platão fora um enviado de Deus, viera para antecipar a verdadeira filosofia que nasceria mais tarde, o Cristianismo. Nos dias de hoje sabe-se que se não estudar o filósofo ateniense, juntamente com bispo de Hipona, não será possível concatenar idéias para entender o pensamento pregado pelos apóstolos cristãos.
Platão (Atenas - 427/347 a.C) defendeu a existência de dois mundos; primeiro, o mundo das ideias e, segundo, o mundo sensível; no primeiro estão as coisas plenas e verdadeiras - no segundo, as copias imperfeitas, as sombras. O verdadeiro homem, a verdadeira árvore, a verdadeira justiça e o verdadeiro amor, estão no mundo das idéias; já, as inúmeras árvores que contemplamos, a justiça que praticamos e o amor que conhecemos, estão no mundo sensível.
Depois de vagar pelo mundo da antigüidade, Aurélio Agostinho (Hipona, Argélia - 354 /430 d.C) se converteu e aproximou o pensamento platônico ao entendimento do Cristianismo. Platão tinha a chave para compreender o evangelho: o mundo das idéias é o céu, onde reina o verdadeiro Homem, Deus - com sua plenitude e verdade suprema e o mundo sensível, o mundo terreno, onde se iludem os humanos com seus pecados, suas incertezas e seus medos.
Acontece que, para estruturar o Cristianismo, Santo Agostinho juntou ao platonismo, o maniqueismo e o estoicismo, correntes difundidas na antigüidade. A primeira, era calcada nos ensinamentos do persa Maniqueu que defende a ideia de que o mundo é governado por duas forças antagônicas, representando o bem e o mal - a segunda, calcada no pensamento dos estóicos gregos de que a depreciação do corpo, o sacrifício físico - eleva o espirito.
A partir daí estão montadas as bases do ocidente cristão e a sua a noção de que o que é terreno é humano, tem a força do pecado, da culpa e deve ser evitado - por outro lado, para alcançar as coisas celestiais, é preciso a intermediação da Igreja. Afinal, se para Platão quem liga o mundo das idéias ao mundo sensível é o filosofo, aliás - este deve ser o governante - para Agostinho quem faz tal ligação é o santo, o homem da Igreja, o clero.
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