segunda-feira, 2 de março de 2015
O Saber e o Pensamento Complexo
O que alimentou o pensamento moderno, nas suas mais diferentes correntes, foi a pretensa noção de validade científica, implantada na realidade do mundo ocidental. Acontece que essa sociedade saíra dos mil anos de ensinos sacerdotais de uma Idade Media distante e entrara em uma chamada "era da razão". Havia um mundo a ser desvendado. Por isso, a humanidade exaltava-se por encontrar respostas ás suas angústias existências; eram "verdades inabaláveis", o período das luzes.
Fora um momento em que o racionalismo cartesiano dera vazão a uma nova orientação metodológica, com um grau de certeza científica só comparável às verdades divinas daqueles sacerdotes medievais. A partir daí a modernidade entrara em um período de revoluções e guerras mundiais em defesa de determinadas "verdades", num contraditório maniqueismo do bem e do mal.
Entretanto, essas noções de validade por mais força que tivessem, mostraram que não eram tão inabaláveis e começaram a sucumbir a partir do momento em que forças antagônicas demonstraram suas fragilidades. Não que o mundo tenha entrado num relativismo individualista, paralisante, mas que novos caminhos metodológicos procuram entender os lados, aceitando as divergências como partes aglutinadoras de uma mesma realidade.
Fala-se nos tempos atuais em um pensamento complexo. E com esse conceito entende-se a multiplicidade das possibilidades como partes constituintes do conhecimento. Ou seja: a nova ciência precisa seguir uma linha de um novo saber, pós-moderno; deve levar em conta que o mundo é constituído de múltiplas realidades divergentes. Por isso complexa.
Ora, a ciência moderna trabalhou por séculos sob a ótica de uma realidade simples, cartesiana, sob a qual usava a matemática, se especializava e se aprofundava num campo cada vez mais diminuto. Atualmente, a partir de um pensamento complexo, busca-se, não desprezar os conhecimentos produzidos até então, mas procura-se buscar novos caminhos e aceitar posições diferentes. Ou seja: as ciências precisam ser entendidas como setores do grande conhecimento humano que a partir de métodos rigorosos apresentam noções de validades aceitas para um momento, até que alguma outra o substitua.
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