segunda-feira, 23 de março de 2015

Uma Nova Esquerda é Necessaria

Certa vez, ao conversar com alguns agricultores no interior da  França, plantadores de produtos orgânicos e militantes dos movimentos políticos de esquerda, um deles afirmou: "a esquerda mundial precisa ser reinventada". Ora, quando se fala em reinventar a esquerda uma problemática muito intensa se forma e uma aflição toma conta dos militantes das mais variadas linhas. A grande aflição se deve ao fato de que o pensameno político, contrário ao sistema econômico e social vigente, pelo mundo a fora, se caracteriza pela multiplicidade de divisões com divergentes tendências de estratégias e táticas etc. De um lado figuram os social-democratas com uma linha política um tanto branda, ou os trabalhistas com uma militância mais ou menos  sindicalista, assim como os comunistas  posicionados em uma extrema esquerda com suas internacionais e que por sua vez se dividem também em inúmeras outras partes.  Isso sem contar com os anarquistas, uma corrente política que segue por fora das discussões tradicionais e sobrevive incrustado em sindicatos e universidades, mas que também sustenta uma linha política radicalmente contrária ao regime capitalista. Num debate sobre um novo caminho para esquerda mundial,  uma revisitação, não parece que estariam dispostos a repensar seus encaminhamentos políticos. Daí surgem tantas novas perguntas: o que seria esse reinventar a esquerda? Seria um novo sistema político, um novo socialismo, uma nova leitura do pensamento marxista?  Ou seria uma junção de tudo isso, mas considerando também as condições políticas econômicas e sociais dos tempos atuais, visando um novo modelo de enfrentamento ao sistema vigente? Pode ser. Acontece que com a queda do muro de Berlim e a derrocada da União Soviética, houve uma fragilização geral em todo o movimento político de esquerda. Para um grande numero de militantes, esse fato foi como se o chão desabasse e o mundo ficasse órfão de  diretrizes para o enfrentamento. Uma coisa é certa, a direita cresce com o aumento da desinformação política e o capitalismo visivelmente acirrou as desigualdades sociais. Portanto, não há métodos prontos e um novo caminho precisa ser encontrado.  Uma coisa é certa, a conjuntura atual é muito adversa do que acontecera no século 20 e mais ainda do que fora no século 19.  Um repensar a esquerda nos tempos  atuais deve levar em conta os meios de comunicação como grandes conglomerados empresariais com seus interesses econômicos e políticos, a existências das novas tecnologias de informação, a multipolaridade do mundo, a força do debate ambiental e a interatividade como característica da sociedade atual. Mas, alem disso e mais importante que tudo, é preciso acabar com as igrejinhas dentro das esquerdas e a fé perversa de que só as suas seitas levarão aos céus e que todas as demais devem ser expurgadas.

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