sexta-feira, 19 de junho de 2015
Novas Tecnologias e o Reino da Imbecilidade
Muita gente está se perguntando, qual o impacto das novas tecnologias de informação na vida das pessoas? Ou, qual a influência das redes sociais em uma nova configuração da sociedade? Que as sociedades ocidentais vivem uma era digital em que, com a ponta dos dedos, as pessoas têm acesso a informações importantes, precisas, de lugares longínquos - todos entendem. A questão é saber quais os pontos cruciais que essas condições interativas das novas tecnologias nos trazem.
Se por um lado houve uma maior democracia nas informações, em uma consequente decadência das mídias tradicionais, por outro, houve a possibilidade desmesurada de exposição de ideias sem qualquer base que lhe dê sustentação. Em outras eras o descontentamento político, econômico e social ficava restrito às áreas das convivências íntimas, aos grupos de amigos, aos clubes, às igrejas, às salas de aula etc.
Para a divulgação de uma ideia era preciso escrever um texto, mostrá-lo a outras pessoas pedindo-lhes a opinião para possíveis alterações, e só então enviá-lo para publicação em um jornal - seja ele da tiragem que for. Ou, poderia ser convidado para dar uma entrevista em que o indivíduo se prepararia, verificaria as questões a serem tratadas e no dia e hora marcada; fato esse que seria acompanhado por seus conhecidos mais próximos.
Entre tantas mudanças ocorridas com o surgimento da interatividade do mundo digital está a possibilidade de divulgar ideias não elaboradas, não refletidas - tanto sobre a consistência do que se afirma, quanto na interferência sobre a vida de alguém ou de um grupo de pessoas. E outro dado interessante é que com a mesma voracidade com que se publicam coisas, sem qualquer consistência, também se aceitam e se consomem esse tipo de informações.
Alguns usuários das redes sociais acreditam piamente que certos deputados estão querendo alterar parte da Bíblia pelo fato de, em algumas passagens, mostrar pontos contra a a homosexualidade. E mais, isso seria feito através do legislativo brasileiro; as pessoas não sabem dizer se isso seria através de um projeto de lei ou uma ou uma emenda constitucional.
Isso tudo porque, sabendo do modo como as mídias sociais são usadas e acreditadas pela maioria dos usuários, alguns vivaldinos as utilizam tanto na defesa de suas ideias políticas, econômicas e religiosas, como para implantar inverdades sobre a condição e afirmações de seus oponentes. Acuados, sentindo-se feridos na segurança de suas noções de verdade, pessoas reagem replicando o que acabaram de ler e publicando mais e mais afirmações - sem qualquer nexo possível. Enfim, parece o início de uma nova era, o reino da imbecilidade.
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