segunda-feira, 8 de junho de 2015
O Corpo, a Máquina e a Burocracia
Quando pessoas responsáveis pelo comando de parte do estado agem de forma que traz prejuízo ao funcionamento a um outro setor público, o fazem por dois motivos: ou são ignorantes sobre o funcionamento do próprio estado, ou são conhecedoras do funcionamento, mas trazem consigo más intenções sobre o que fazem. Há muito o que discutir sobre as más intenções, mas esse tema diz respeito à ética e não é o propósito deste texto; entretanto, a ignorância com relação ao funcionamento do estado é algo com o qual está-se propondo no momento.
Ora, o estado precisa ser pensado como a totalidade de uma máquina burocrática, cuja eficiência final depende da execução adequada das partes, da mesma forma que cada pistão, o virabrequim, as velas, a fiação, as arruelas e os parafusos possuem funções necessárias no desempenho final da máquina. Assim, a eficiência final na burocracia estatal depende de cada setor: do executivo, com seus ministérios, secretarias, empresas públicas e autarquias; também cada setor do legislativo - a câmara dos deputados e o senado federal, com suas comissões e bancadas; assim como cada setor do judiciário, com suas diferentes cortes, ministério público e outros setores afins.
Quando se fala em ignorância se quer fazer referencia a alguém que, mesmo estando no desempenho de uma função, o faz com desconhecimento da totalidade, como se a parte - a qual está lotado - tenha sentido por si só. Muitas vezes isso ocorre com forte defesa de um dado setor, com um sentimento egoísta de corporação, dificultando o desempenho da estrutura como um todo.
Ora, o câncer que nasce no pé de um indivíduo é câncer que está no corpo como um todo; é o corpo que está padecendo; doença acometida na cabeça de alguém é doença de um todo. Se o corpo não se preocupar com cada parte acometida, logo a doença tal crescerá, tomando todo o corpo, atingindo assim cada parte.
Enfim, pode-se pensar como máquina, como corpo humano ou como estrutura burocrática; a verdade é que o estado precisa de cada setor funcionando como um sistema de cooperação. Se todos os setores funcionarem dentro daquilo que foram estabelecidos como propósito, com um pensamento de que existem como continuação do outro, para dar sustentação ao outro, cada parte da estrutura será recompensada e a sociedade receberá um trabalho adequado dos seus servidores.
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