segunda-feira, 15 de junho de 2015

O Congresso Conservador e o Desespero da Mídia

Durante décadas não se pode pensar o dia a dia da sociedade brasileira, sem levar em conta o sistema midiático com todo o seu poder de influência sobre a população. Influência essa, de ordem econômica, política e cultural. Os dirigente das empresas de comunicação sempre souberam dessa influência, assim como sabem hoje que o sistema atual está em perigo tendo em vista o surgimento de duas situações cruciais: por um lado a internet - um sistema que inclui todas as mídias de uma só vez - por outro, a invasão no Congresso Nacional de uma força religioso/fascista extremamente conservadora. Acontece que empresários, jornalistas, atores, escritores e "marketeiros", através das mídias mais comuns - da televisão ao cinema, aos jornais, ao rádio e às revistas - ditaram o modo de vida das pessoas. Sim, houve momentos em que os meios de comunicação de massa ditaram desde os costumes, como hábitos alimentares, vestuários e linguagem oral da população, ao mesmo tempo que ditaram eleições presidenciais, votações no Congresso Nacional e decisões no Supremo Tribunal Federal. Entretanto, desde a última década, uma nova ameaça paira sobre o sistema de comunicação social brasileiro: um conservadorismo político/religioso no Legislativo forçando votações importantes para a sociedade. Para um melhor entendimento da situação é preciso que se perceba que qualquer sociedade que se pretenda democrática, com suas liberdades individuais respeitadas, o Legislativo torna-se o ponto fundamental da estrutura pública. Isso porque, se esse poder estiver formado por pessoas de bem (honestas, com boa instrução, ligadas aos anseios da sociedade, com tendências políticas libertárias etc) a democracia estará preservada. Interessante que num primeiro momento, o pensamento reacionário de boa parte dos congressistas alimentou a esperança midiática de confronto contra o governo social-democrata, por hora instalado - para alguns, "um perigo socialista". Para esses senhores, controladores dos meios de comunicação, os parlamentares com tendências conservadoras fariam uma oposição necessária ao governo instalado; o que não se pensou é que o conservadorismo chegaria aos patamares que chegaram. O resultado foi que o confronto político-ideológico não seguiu apenas contra o governo instalado, mas cambou para o lado de cerceamento dos direitos humanos e das liberdades individuais. Para esses meios de comunicação só resta hoje uma saída: fazer oposição contra esses senhores congressistas conservadores, antes que suas decisões sejam a de cercear a própria liberdade de imprensa. O cerceamento poderia vir como um ataque final a comunicação brasileira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário