quinta-feira, 4 de junho de 2015
A História e a Condição Humana
A ação do homem sobre tudo que está a volta, com suas manifestações culturais, com suas lutas e seu trabalho, inserido em um determinado tempo e um espaço, faz acontecer aquilo que desde os tempos da antiguidade clássica fora chamado de história. Isso quer dizer que é no fazer da sua história que o homem age na sociedade - relacionando-se com seus pares, luta pela vida, transforma a natureza e ao fazer isso, também se transforma.
Aliás, se por ventura fosse possível tirar o homem do seu tempo e do seu espaço geográfico, nada mais lhe restaria de humanidade. No entanto, para formar-lhe na condição humana esse animal necessita mais que estar no seu próprio tempo e no seu próprio espaço, necessita ter a consciência da sua existência, da existência do outro e da história na qual está inserido.
A obrigatoriedade da consciência da inserção no tempo e no espaço, se deve à necessidade de que se pense o homem como participe das ações de sua sociedade; caso contrário esse deverá ser associado ao gado - aquele ser que, pelo cabresto, é conduzido por outro. Portanto, na sua condição humana o ser deve estar inserido no desenrolar da sua história; ele deve ser um agente integrado e integrador da ação política de seu tempo e não apenas um ser a espera de um herói, de seu senhor.
Em geral a história fora definida como o resultado dos registros feitos por esses seres chamados pelos antropólogos como homo-sapiens-sapiens na terra, desde que tais registros foram possíveis através da escrita. Nesse caso, se o homem se define como agente da história, esta é definida como a possibilidade dos humanos registrarem suas ações em sociedade.
Mas a história é mais que registros gravados pelos eruditos no desenrolar dos tempos, assim como está para além dos grandes fatos vividos ou comandados por grandes personalidades como reis, generais, presidentes, escritores, artistas etc. A história é a existência da racionalidade na eterna luta pela vida, tanto a vivida pelas grandes personalidades, quanto a vivida pelos indivíduos que não frequentam as páginas da jornais: operário, agricultor, profissional liberal, funcionário público, ambulante etc.
Assim, essa definição de homem como diretamente ligado ao fazer histórico, como fruto de seu tempo, traz uma outra indicação: não se pode estabelecer juízo de valor sobre um povo no desenrolar de sua história: a sociedade brasileira vive, à sua maneira, como a Índia vive a sua no seu tempo e nas suas condições. Por outro lado, cada pessoa é um indivíduo, um exemplar único; assim como não há um local para onde seguir, apenas é preciso seguir.
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