quinta-feira, 8 de maio de 2014
Derrida e o Espectro de Marx
"Um espectro ronda a Europa..." - com essa frase, o pensador alemão, Karl Marx, e seu companheiro, Frederich Engels, iniciaram um dos textos mais conhecidos e influentes da Ciência Política, o Manifesto Comunista. O espectro a rondar naqueles tempos, era a eminência de uma revolução proletária, evento que explodiria a qualquer momento em uma Europa de Revolução Industrial, com êxodo rural e todos os contrastes sociais possíveis.
Usando a frase como gancho, o pensador franco-argelino, Jacques Derrida, dissertou um extenso texto filosófico, mostrando as contribuições marxianas para o entendimento dos fatos recentes, ocorridos na Europa e no mundo, Espectro de Marx. Analisando passo a passo todo o legado filosófico, político, sociológico e econômico do autor de O Capital, Derrida propôs uma redefinição para o entendimento atual do estado.
Assim, ao apontar a contribuição do pensador alemão, mostrou as fragilidades do sistema capitalista e suas ações efetivas sobre a as relações sociais. Mas a beleza do texto, Espectro do Marx, é que ele foi feito a partir de uma comparação do pensamento de Marx nos dias de hoje, com a peça teatral de Willian Sheakspeare, Hamlet.
Ora, nesse texto o dramaturgo inglês retratou um conflito, em que o rei da Dinamarca é assassinado pelo irmão e, como se nao bastasse, tomou-lhe a esposa e o reino. Hamlet, o filho do rei morto, investiga o assassinato do pai; durante a peça o espectro o acompanha em toda a investigação, mas nada pode fazer, está morto. Assassinaram o rei da Dinamarca.
Da mesma forma o pensamento de Karl Marx, poderia explicar os grande eventos da historia recente: a queda do Muro de Berlim, a derrocada da União Soviética, os conflitos árabe-israelenses ou o onze de setembro. Para Derrida, o pensador da Dialética Materialista poderia nos dar sentido á queda econômica dos Estados Unidos, bem como o retorno conservador, vivido pelos europeus na última década.
Dando um fundamento econômico para os ditames históricos recentes, Karl Marx mostraria os conflitos sociais das grandes capitais, bem como o papel servil do estado moderno junto ao poder econômico. Segundo o franco-argelino, o pensamento marxiano teria as respostas mais prementes e solicitadas nos dias de hoje, mas isso já não é mais possível: mataram Marx.
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