quinta-feira, 1 de maio de 2014
Modernidade e o Cogito Cartesiano
Se na Idade Media o viés do conhecimento humano era religioso, na modernidade ele foi secularizado e caracterizado pela intensa racionalização e divisão das diversas áreas. A entrada da sociedade humana nessa era aconteceu por uma série de fatores históricos, mas quem forneceu as linhas básicas a esse momento foi o pensador francês, Rene Descartes (1596/1650), quando afirmou a dúvida do ser pensante como o ponto de partido para a busca do conhecimento.
Duas contribuições, distintas mas interligadas por aquilo que ficou conhecido como, o racionalismo cartesiano: um, a sua afirmação, lembrada em Latin - "cogito, ergo summ" (penso, logo existo) e, dois, o seu método. Interligados porque, se num Descartes afirma como a única prova da existência do ente, o ser pensante, no outro, descreve quais seriam os caminhos que esse ser (que pensa) deveria seguir para realizar verdadeiramente, a sua produção cientifica.
Em o Discurso do Método, ele mostrou que a pesquisa cientifica deve seguir rigorosamente um método, mostrado como: divide-se o objeto da pesquisa no maior número de partes possíveis. Cada vez que encontre uma dificuldade, divide-se ainda mais. Após fazer isso, reaglutina-se estudando e compreendendo cada uma das partes, até deter o conhecimento do todo e isso deve ser feito sempre quantificando de forma a não pairar qualquer dúvida.
Já no outro texto, Meditações Sobre a Filosofia Primeira, são demonstradas a existência de Deus e a distinção entre a mente e o corpo. René Descartes demonstra, através da dúvida, que os céticos estavam errados quando afirmavam nada ser passível de comprovação. Ora, se tudo que chega à mente chega através dos sentidos, estes - por sua vez - podem enganar o ser que pensa: posso pensar estar vendo coisas e estas nunca terem existido, posso pensar ouvir sons que não existem.
Portanto, posso duvidar de tudo. Posso duvidar ate mesmo do corpo que tenho, pois daqui a pouco talvez eu acorde e tudo nao passou de um sonho tolo. Só não posso duvidar da minha dúvida, pois se duvido ela existe; se duvido penso. Se penso, logo existo.
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