segunda-feira, 12 de maio de 2014
Trotsky, o Comandante Exilado
Talvez a maior cisão surgida no seio do movimento da esquerda mundial fora a ocorrida em plena Revolução Russa de 1917, entre Joseph Satalin e Liev Davidovich (Trotsky), os parceiros de Lenin. Acusavam, um ao outro de traidor; o primeiro defendia o Socialismo Em Um Só Pais e, o segundo, a Revolução Permanente - como as duas correntes ficaram conhecidas.
O confronto ideológico, poderia ser traduzido da seguinte forma: o salisnismo defendeu, diante da Terceira Internacional (Associação Internacional de Trabalhadores), a tese de que seria necessário consolidar o socialismo na União Soviética; enquanto o trotskismo, de que a revolução não deveria parar enquanto houvesse opressores e oprimidos, também conhecida também como, Oposição de Esquerda.
Liev Davidovich, o Trotsky, foi expulso da União Soviética, primeiro para Alma-Ata, no Casaquistão, depois migrou para ilha turca de Prinkipo, a seguir, para povoados nos arredores de Paris, depois permaneceu em Norway, Noruega e, finalmente, foi para a cidade do México. De 1928 a 1940 - Leon Trotsky, como ficaria conhecido - vagou no exílio, enquanto ficava sabendo dos assassinatos de cada um de seus parceiros de luta, filhos, genros, amigos e camaradas
Mesmo acuado, fugindo das perseguições, afrontou a nomenclatura russa, ao criar a Quarta Internacional, uma associação internacional dos trabalhadores desvinculada do socialismo stalinista, atualmente com forte influência na América Latina. No México, o exilado teve um momento de paz e grandes debates políticos, se relacionou com artistas como Diego Rivera e Frida Kalo, com quem teve um romance, mesmo que rapidamente.
Durante esse tempo de exílio, Moscou preparava Ramon Mercader - um comunista espanhol que lutara na Guerra Civil - para por fim àquele que ficara conhecido nos países de influência russa, como o grande traidor. Mercader se instalou no México como Jacques Manard, namorou a secretária de Trotsky e estudou cada passo que dava o grande comandante, criador do Exercito Vermelho.
Em 21 de agosto de 1940, quando estava com 60 anos, Ramon Mercader acertou-lhe a cabeça com uma pequena picareta de alpinista. Conta-se que todo o empreendimento para tirar a vida de Leon Trotsky teria custado a União Soviética a soma de cinco milhões de dólares. Há três anos, uma tendência trostskista sediada em Joinville, trouxe para ouvi-lo, o único sobrevivente de toda essa epopéia político-histórica, o neto - Sieva Trotsky.
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Excelente texto, numa merecida homenagem ao intelectual marxista e revolucionário russo. Parabéns.
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