segunda-feira, 19 de maio de 2014

Greve, Conceito Moderno

Sabe-se que a união de trabalhadores em torno de melhores condições das suas atividades obreiras ou de suas vidas, de um modo geral -  tem a idade do próprio homem; há registros de movimentos escravos na antigüidade ou de servos medievais. Entretanto, paralisações de serviços e de produção por trabalhadores, nos moldes do que se tem hoje, com  a expressão conhecida como greve, é fruto da era moderna: homens e mulheres, de forma organizada, cessam suas funções, impondo que patrões cumpram uma lista de exigências. Spartacus (109/71 aC - Tracia) ficou conhecido como o homem que liderou milhares de escravos, optando pelo enfrentamento ao poderio dos senhores romanos, durante dois anos. Outro caso: quando as condições de plantio ficaram deficientes, no ano 996, na França - região da Normandia, servos da gleba se revoltaram e tomaram florestas e rios, contra a vontade de seus senhores. Greve é uma ação moderna por ser um conceito nascido neste período, nos momentos mais tumultuados das lutas por melhores condições de vida, durante a Revolução Industrial. Etimologicamente, a palavra francesa, definia um espaço pedregoso na margem do rio; um espaço, em Paris, assim chamado, era o local - onde os desempregados do século XVII, ficavam a espera de chamado para alguma atividade laboral; depois disso, quando alguém, por qualquer motivo, parava as suas atividades, dizia-se que estava indo para a greve. É mesmo um conceito moderno, pois já teve seus momentos áureos, quando trabalhadores se organizavam de forma a tomar todo o controle da unidade de produção, exigindo melhores condições de trabalho, de salários e interferindo na estrutura política do pais.  No Brasil houve a Greve Geral de 1917 (iniciada em 09 de julho), quando todas as cidades com vocação fabril paralisaram suas atividades; em SC as paralisações ocorreram em cidades como Joinville, Criciúma, Blumenau e Brusque. Um conceito moderno porque hoje - quando se fala em pós-modernidade, percebe-se, nao um enfraquecimento - mas um redirecionamento nessa atividade político-social. Nos tempos de hoje, por mais que se queira diferente, as greves não têm passado de instrumentos de exigências de melhores salários; perdeu-se a função de mecanismo político. Atualmente, lideranças sindicais aceitam com tranqüilidade e até chamam suas exigências de Reivindicação, um conceito que nos tempos áureos, era tido como social-liberal, ou de direita.

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