segunda-feira, 7 de julho de 2014
A Crítica e o Querer Bem
A grande dificuldade na comunicação, no ato de exposição de uma ideia, é o estabelecimento dos conceitos; alias, para alguns pensadores contemporâneos, fazer filosofia é mesmo definir conceitos. Isso se pode dizer do conceito de crítica que acabou saindo do rigor filosófico e se fortalecendo no senso comum, com um sentido muito diferente do que fora pensado originalmente.
Quem pôs tal conceito na filosofia foi Immanuel Kant, quando estabeleceu que as informações recebidas pelos aparelhos sensoriais necessitariam, dentro da mente, que se fizesse um processamento e a esse processamento ele chamou de crítica. Assim também fez o jovem Marx, que a pensou como uma busca metodológica, em que o entendimento de um fato é posto a prova, num sentido de fuga daquilo que é dogmático.
Ora, o conceito de crítica, num rigor filosófico, pode-se dizer que é o ato de analisar profundamente um dado objeto, levando em conta os dados prós e contras. Sim, a crítica, estabelecida racionalmente como método, aponta aquilo que funciona a contento, mas junto busca também extirpar todos os pontos que danificam o objeto em referencia.
Muito distante disso, o senso comum simplificou-a, rejeitando completamente a expressão, dando um sentido maldoso - ou dois outros encaminhamentos: um, a crítica pode ser construtiva e outro, a crítica pode ser destrutiva. Nesse caso último, não se está em referência a condução da mesma, mas o lado que está quem a pratica: todos que a fazem dizem que a sua crítica é construtiva e quem a recebe, entende-a como destrutiva.
Entretanto, seja quem a emita ou quem a receba, o conceito deve ser uniforme e mais: a crítica é sempre construtiva; a outra coisa é apenas um falar mal, algo que satisfaz o interlocutor frustrado diante do sucesso do outro. Não se pode aceitar a confusão entre a satisfação do falar mal de algo, com a rigorosa busca metódica daquilo que se quer a apuração e o entendimento.
Trazendo isso para o entendimento prático, pode-se dizer que faz verdadeiramente a crítica: um pai que quer o bem ao filho, se preocupa com seus erros e acertos, analisa a sua conduta e assim a expõe; da mesma forma quem presa pela sua religião, ou pelo seu partido, ou pelo seu país. Criticar é amar o objeto da crítica, de forma a analisá-lo com profundidade, apontando seus erros e acertos, para que este assim, possa se elevar.
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