segunda-feira, 14 de julho de 2014
Imprensa, Dominação e Sociedade
Antes da imprensa moderna, ainda na Grécia arcaica, os ditirambos traziam ao povo as novidades do momento, assim como no medievo foram os trovadores e os goliardos que cantavam as realidades seculares. Mas foi só no alvorecer da era moderna que se inventou a imprensa e com ela, a difusão racionalizada das informações e a massificação do pensamento; sistema esse que parece hoje, com os dias contados.
Se num primeiro momento os jornais escritos informaram os fatos ocorridos no dia a dia de homens e mulheres, também serviram para difundir ideias políticas, filosóficas e literárias. Mas a arte - ou a técnica - da comunicação social mudou: logo após a sua racionalização, foi comercializada, cresceu e se diversificou com o surgimento de novos veículos de publicação: o cinema, o rádio e a televisão.
Parece com os dias contados, por conta de alguns encaminhamentos que se tem vivido nos últimos tempos; o mundo entrou numa era da interação e não se aceita algum instrumento social que provoque a passividade nas pessoas. Num prmeiro momento veio o controle remoto e a seguir a internet, proporcionando sempre uma maior interatividade; essa última, além embutir o jornal, a revista, o rádio, o cinema e a tevê, é capaz de fazer tudo isso de uma só vez.
Morre, em parte pelo surgimento de novas tecnologias e, em parte, por ser forçada a tomar do seu próprio veneno, a prepotência, a arrogância, a imposição de um senso comum, o mercantilismo e a tendência político-partidária. Não se entendeu que um jornal, uma revista, o rádio, ou mesmo a televisão, podem ser captados pelo interlocutor mais sem instrução ou desinformado, como pelo sábio, o grande conhecedor.
O resultado é que já não é mais um bom negócio investir em uma tevê fechada ou em um jornal impresso: prova disso é o Washington Post que está a venda, sem um comprador em vista, assim como o brasileiro, O Estado de São Paulo que também não acha comprador e o parisiense, Lê Monde que faz peripécias com sua linha editorial, mas que a cada dia perde mais leitores. Isso, só para lembrar alguns órgãos de comunicação que já foram fortes, fizeram ou fazem história n'algum canto do mundo. Mas isso, sem contar também com a penúria vivida por rádios, jornais impressos e tevês regionais.
Ainda são muito fortes, ditam as regras políticas, econômicas e sociais, mas já dão mostras da falta de fôlego. Quanto tempo ainda persistirão, ou de que forma acabarão? Impossível de dizer. O que se vislumbra num horizonte nao muito distante, é a volta dos ditirambos, dos goliardos, dos trovadores, a partir das chamadas mídias sociais: totalmente impensáveis, improváveis, mas interativas, sem a prepotência de um senso unilateral.
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