quinta-feira, 3 de julho de 2014

Imperialistas, Fascistas, Comunistas e o Grande Conflito

A ideia de que as duas grandes guerras mundiais caracterizaram o século 20, reforça aquilo que Éric Hobsbawm chamara de "a era dos extremos".  Por alguns, elas são vistas como separadas e, por outros, como um único grande evento, mas todos ressaltam a profundidade dos conflitos criados e os resultados econômicos, políticos e humanos. Sendo assim, o entendimento das duas guerras não pode acontecer a partir de uma razão em si, mas  de uma configuração político-econômica, em um jogo de interesses representativos para a política mundial.  Essa configuração deve ser percebida, a partir de três posições: os imperialistas, os comunistas e os fascistas. Ou seja, o mundo estava mapeado e cada grande potência econômica, assegurava para si uma parte do Planeta, de acordo com seus interesses; prova disso foi a doutrina Monroe, praticada pelos Estados Unidos - "a América para os americanos". Já as divisões territoriais, promovidas pelos europeus, foram feitas no século anterior e ficaram conhecidas como a Partilha de África e a Partilha de Ásia. Ou seja: os imperialistas se caraterizavam por fazerem um capitalismo expansionista, em que o estado não interfere diretamente na sua própria economia, mas invade belicosamente, ou culturalmente, com o fim de se impor para satisfazer suas necessidades econômicas. Isso acontece quando o território já não agüenta o seu próprio peso e necessita a aquisição de novas fronteiras de mercado consumidor e de fonte de matéria-prima.  O outro grupo era o dos fascistas, cujo conceito só seria elaborado anos antes da  Segunda Guerra, mas que já se manifestara desde o começo do século. Nesse caso, a economia é capitalista, de mercado, mas em uma segunda grandeza. Com a necessidade de proteção de seu próprio mercado, o estado  voltou-se para a defesa de seu espaço interno, sustentando e difundindo um nacionalismo tão intenso que  caiu numa xenofobia.  Por fim, estavam os comunistas, uma tendência de política econômica planificada que defendia a exclusão da propriedade privada dos meios de produção, voltando-se para os próprios conflitos sociais. Sendo assim, os comunistas travavam um  enfrentamento ideológico contra os interesses dos mercados imperialistas e da xenofobia fascista.  Ocorre que os fascistas, com seu nacionalismo, defesa de um elite econômica nacional e perseguição ao estrangeiro,  angariaram a repulsa dos dois outros. Em fim, travaram-se os conflitos, os fascistas foram vencidos e o mundo foi dividido entre comunistas e capitalistas - ou imperialistas, como alguns preferem.

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