segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O Deus e o Nada

Muito comum, quando alguém se posiciona como ateu, um outro afirmar: "ah, os ateus só o serão, até o momento em que uma grande desgraça lhe aconteça; a partir daí, é um 'ai meu Deus, me ajuda!'" Isso não é totalmente verdadeiro, mas também não é totalmente errôneo. A maioria das pessoas que se autodenominam como tal, são na verdade céticos, não desacreditam totalmente, mas também não conseguem provas cabais da existência de um ser maior. Entretanto, também existe aquele que fez do seu ateísmo uma nova profissão de fé; e, assim como os crentes, passam a tentar convencer os demais da não existência de um ser supremo, um motor inicial. Certa vez, um aluno afirmara: "nós os ateus somos egoístas, sabemos que não existe um deus e não levamos essa verdade às pessoas". Ou seja: o mesmo propósito daqueles que crêem e pensam ser necessário levar a "boa nova" para todos, quase uma religião dos que não crêem. Certamente que também existem aqueles que trocam esse deus - responsável por todas as existências, por um outro, o deus da ciência, o deus do trabalho, o deus do corpo esbelto,  o deus da acumulação de riquezas e até o da ostentação. Para isso, desprendem um conjunto de sacrifícios, desempenhados por si próprios e por aqueles que estão no seu entorno. Mas assim como estes, existem também aqueles que conjugam deuses, aumentando o panteão da loucura humana. Em geral, unem Jaweh (o deus único) com o dinheiro ou com a sua ostentação: há até uma corrente religiosa, muito comum entre pentecostais, chamada de Teologia da Prosperidade. Nesse casso, o deus que fez o céu e a terra, se invocado por pessoas especiais, poderá liberar prosperidade financeira, sorte no amor, saúde etc. Então, assim como existem os crentes, existem os não crentes; e pode-se afirmar que esses dois possuem visões de mundo completamente diferentes. Sim, quem pensa existir uma outra vida após a morte, um julgamento, a possibilidade de um perdão e um grande pai que socorre, pensa diferente daquele que acredita estar sozinho no mundo, degredado, e que precisa enfrentar todas as agruras da vida. Enfim: existem aqueles que crêem em um ser soberano que fez o céu e a terra e pensam, "oh, quanta beleza! é impossível não haver quem a tenha feito". Mas também existem aqueles que não acreditam em deus algum e pensam, "olha para o mundo, quanta beleza! é impossível que alguém tenha feito, as coisas existem porque existem".

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