segunda-feira, 1 de setembro de 2014
Política e Desinformação
Os humanos, em todas as suas civilizações, viveram e vivem uma profunda contradição: por mais que debatam acirradamente sobre suas vidas em sociedade, pouco ou nada sabem a respeito. Por exemplo: um tema que é demasiadamente debatido, mas - ao mesmo tempo - praticamente um desconhecido, é a política. E essa contradição se deve a dois motivos: por um lado, há uma complexidade inerente ás ciências sociais e, por outro, o próprio fazer político revela-se como dicotômico por excelência.
Acontece que no desenrolar da história, esse animal humano, que decidiu fazer história, viveu em sociedade e - com isso - teve de experimentar a difícil arte de fazer política. O que aconteceu? As pessoas tiveram de negociar entre si a satisfação de suas necessidades, de seus interesses; aliás, foi por isso que se distanciaram dos demais animais sociais, que permaneceram completamente dirigidos pelos instintos. Ou seja: tiveram de fazer política, a arte da negociação.
E, na tentativa de definir essa arte, o pensador macedônio, Aristóteles, afirmou que "o homem é, por natureza, um animal social e político"; em outras palavras: é essa difícil arte que os define como homens. Já o empirista Inglês - filósofo contratualista - John Locke, afirmara que o estado, o contrato social, o sistema, vai ser bom ou ruim, dependendo do estado, do contrato social, do sistema que os membros da sociedade assim o fizerem.
Todos os grandes pensadores que trataram do tema são categóricos em admitir a complexidade do conceito de um fazer que é exatamente a decisão dos destinos das pessoas. O problema é que essa dificuldade prejudica a análise de todas as ciências humanas e à politica - em particular; e chega ao cidadão comum de forma invertida, como algo simples e que todos dominam facilmente: o reino do senso comum.
Platão estabelecia uma diferença entre a episteme, um conhecimento elaborado, cientifico - e a doxa, um conhecimento nao elaborado, meramente opinativo. Assim, observam-se as mais estranhas afirmações sobre o certo e o errado, em se tratando das ciências sociais; falam-se sobre os destinos da economia do pais, dos procedimentos culturais e das decisões governamentais, sem qualquer conhecimento de causa. Em outras palavras: falam-se de política, sem ter a mínima noção do que estão falando.
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