quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
Ler é Preciso
Um documentário produzido há uns 20 anos, pela BBC de Londres, chamado Muito Alem do Cidadão Kanes dava conta de que o brasileiro é um dos povos que mais vê televisão e um dos que menos lê. Se existe uma correlação entre essas duas situações é difícil de dizer, mas não é difícil constatar que se lê pouco no Brasil e que se perde muito tempo vendo televisão.
A realidade não só é de pouca leitura, não se tem o hábito de ler um livro, mas em geral as pessoas não sabem ler e se apavoram dizendo que quando terminam um parágrafo já nao lembram o que dizia o anterior. Isso leva a uma situação de extrema dificuldade em varias áreas. Os estudantes universitários por exemplo, têem dificuldades de aprendizado por pura falta desta prática, não foram introduzidos no mundo da leitura.
E há algo ainda mais grave: essa realidade não deve ser pensada como a de cidadãos comuns, mas é possível se detectar tal situação em pessoas que se pretendem intelectuais, que se posicionam a frente da sociedade, ou até professores universitários e mesmo jornalistas que não lêem mais que o jornalizinho adversário. Alguns, quando lêem um livro inteiro, o que lêem é algo do gênero de auto-ajuda, ou de piadas politicamente incorretas, ou ainda textos de orientação religiosa. Outros, quando lêem trechos de livros técnicos, o fazem forçados pela realização de um determinado curso.
Mesmo os textos publicados na internet, em geral são de muitas gravuras, bastante coloridas e de apenas um frase ou duas; dificilmente, mais que um parágrafo. O que abundam as redes sociais são pequenos textos religiosos, esperançosos, de orações e graças a serem alcançadas; vêem com uma determinação parecida com isso: "compartilhe (que quer dizer, passe para frente) e alcançará a graça solicitada"
Que há uma diferença entre a pessoa que lê e a que nao lê, entre um povo que lê e um povo que não lê parece claro para todos, mas faz-se necessário pontuar que esta diferença pode ser percebida na economia, na política, na cultura ou na educação deste povo. Ora, leitura leva a mais leitura, assim como não leitura leva a mais não leitura. Afinal, é sim o hábito que faz o monge. Não o hábito que o monge veste, mas o seu dia a dia, a sua persistência, a sua repetição no dia após dia.
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Concordo plenamente Professor, acredito que o hábito da leitura deveria ser incentivada desde o ensino básico pela escola assim como também pelo auxílio familiar !!
ResponderExcluirExcelente reflexão. :)