segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Presépio, Papai Noel e Capitalismo

Na língua portuguesa a palavra presépio tanto pode significar estábulo ou curral, o espaço para onde se recolhem os animais no final do dia, quanto o local onde ocorrera o nascimento de Jesus, o Nazareno. Segundo a história da Igreja Católica, o presépio, como se conhece nos dias de hoje, teria sido iniciado no ano de 1223, pelo então jovem monge, Francisco de Assis. Numa aproximação com antigas festas européias, o nascimento do "Menino Deus" passou a ser representado sempre no dia 25 de dezembro e com o nome apenas de Natal. Na cultura brasileira, e boa parte da européia e estadunidense, o presépio entrou como a alegoria máxima, a grande respesentação do nascimento daquele que seria o motivo de toda a fé cristã. A cena é simples, representa-se um estábulo e seus animais - bois, bezerros, carneiros e cavalos -  um cocho que serve de manjedoura, ao centro, onde vê-se a estátua de um bebê, com as de seus pais ajoelhados a cada lado. Nos arredores do rancho pode-se ver ainda, pastores e ovelhas; se for após o dia 25 de dezembro serão vistos também os três reis magos que, conforme os livros do Evangelho, viajaram para conhecer e presentear o menino. Durante séculos, essa representação espalhou-se por todo o Ocidente, até o momento que o Natal como um todo, deixou de ser  apenas uma expressão da fé, mas também uma possibilidade de acumulação de capital. Nesse caso, o presépio perdeu a sua função pedagógica de mostrar para o cristão o nascimento do criador e, no seu lugar, entrou a estranha figura do Papai Noel, uma personagem, também de origem religiosa, mas que fora transformada e distanciada de sua gênese, por grandes empresas capitalistas, interessadas no consumo de produtos que possam ser relacionados com a tal festa. Hoje, a personagem do "bom velhinho" tomou conta não só das mais belas propagandas de refrigerantes, mas também das propagandas de sapatos ou de perfumes, de forma que cristãos e nao cristãos propagam um Natal muito diferente, muito distante do fora pensado inicialmente.  Quanto ao presépio, a representação do nascimento daquele que fora chamado o Filho de Deus, a parte principal da maior festa cristã, hoje jas quase que extinto. Enfim, o presépio  permanece hoje como fé por parte de alguns, mas como resistência política contra o império do capital e da força estadunidense, por parte de outros.

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