segunda-feira, 25 de maio de 2015
Frei Beto, Um Humano Acima de Seu Tempo
Pode-se crer em Deus ou não, pode-se seguir uma ou outra denominação religiosa, mas nenhum homem e nenhuma mulher de boa vontade poderia prescindir de ler ou ouvir esse que é um dos maiores pensadores brasileiros e que humildemente atende por Frei Beto. Adepto da Teologia da Libertação e militante nos movimentos pastorais e sociais, ocupou há alguns anos o cargo de assessor especial do governo Luiz Inácio Lula da Silva quando coordenou o programa programa Fome Zero, entre os anos de 2003 e 2004.
Na sua juventude esteve preso por duas vezes sob a ditadura militar, em 1964 e entre 1969 e1973, cuja experiência ele relatou nos livros Cartas da Prisão, lançado pela editora Agir, Diário de Fernando - nos cárceres da ditadura militar brasileira, lançado pela Rocco e Batismo de Sangue, lançado também pela Rocco. Com esse último livro, Frei Beto foi premiado com o troféu Jabuti de 1983, texto traduzido para diversas línguas, onde descreve os bastidores do regime militar, bem como a participação dos frades dominicanos na resistência à ditadura, incluindo a morte de Carlos Mariguela e as torturas sofridas por Frei Tito; lançado também como filme em 2007.
Frei dominicano, nascido com o nome de Carlos Alberto Libânio Christo, Frei Beto atualmente já passou dos sessenta livros editados no Brasil e no exterior que falam desde fé, a movimentos sociais e a política. Seus livros, artigos, pregações e entrevistas mostram uma mente perspicaz que elucida com com profundidade teórica os caminhos possíveis nas lutas pela construção de um mundo melhor.
Mas, para além do homem sociólogo, do teólogo ou do filósofo, Frei Beto se mostra mais como um homem de fé e é aí que reside a beleza do seu pensamento. Sua crença não está dirigida a um Deus, comumente pregado, que se deve temer pois pode castigar a todos ou que tem alguns humanos como seus ungidos ou predestinados, mas um Deus de amor por suas criaturas, na mais pura acepção da palavra.
Para ele, o grande exemplo de Jesus a ser seguido está nas suas palavras e atitudes quando esse disse que é preciso "amar ao próximo como a ti mesmo" ou quando distribuiu o pão e o vinho entre os discípulos e avisou: "fazei isso quando lembrarem de mim". Enfim, Frei Beto vê na fé cristã um motivo de luta política para que todos tenham pão, para que todos tenham trabalho, educação e um teto digno para se abrigar. Um dia, quando questionado sobre o fim dos tempos e o julgamento final, ele disse: "Deus é tão bom, mas tão bom, que não haverá juízo final, mas sim uma anistia geral e todos serão salvos".
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