quinta-feira, 28 de maio de 2015
Tudo Muda, Tudo Segue
O que hoje é um dia não foi e um dia também não será. Essa é a grande máxima da existência, não só dos humanos e dos seus pensamentos, suas ideologias, seus costumes e suas tradições, mas do universo de um modo geral. As montanhas um dia não serão mais montanhas e as cachoeiras não serão mais cachoeiras, assim como os rios um dia secarão e outros ainda haverão de surgir caudalosos e o universo seguirá assim o seu movimento eterno desafiando a pretensa razão humana.
Refletindo a esse respeito, o pensador grego antigo, chamado Heráclito, fundamentava seu pensamento dizendo que ninguém pode tomar banho no mesmo rio duas vezes, pois na segunda, a água já terá passado e o rio já não mais serà o mesmo. Seus discípulos completavam que ninguém toma banheiro nem mesmo rio que vê, pois as águas passam e esse se transforma num outro a todo instante.
Acontece que esses seres racionais, por mais que busquem o funcionamento de tudo que está a sua volta e por mais que tentem dar sustentação teórica a tudo, não se dão conta da constância transformadora universal a que está inserido. Vive-se então uma ilusão do ser, como se isso fosse estático. Ilusão porque os cérebros humanos só se dão conta dos movimentos adequados às suas capacidades mentais; ou seja: qualquer movimento além ou aquém dessa tal capacidade não será percebido.
Na sociedade moderna os pensamentos, pretensamente avançados, estão calcados numa determinação de que as pessoas precisam realizar mudanças, como se isso fosse acontecer a partir de uma decisão voluntária, individual, e acusam umas às outras de estarem paradas, de não aceitarem as transformações necessárias para a sociedade. Nesse caso, a mudança faria parte de uma decisão privada, ignorando a sequencia a sua volta. Acontece que essas mesmas pessoas não percebem que todos, mesmo o maior conservador, estão sofrendo mudanças de forma ininterrupta.
Assim, os humanos com suas casas, as montanhas e os arranha-céus estavam todos juntos no momento da grande explosão inicial que deu origem ao universo; sim, perene mesmo somente as partículas originais, formadoras de tudo. Disso denota-se que viver é estar envolvido pela mudança necessária: todo velho um dia foi menino e todo menino - se não sofrer uma interrupção - será um velho; assim, toda verdade dos dias de hoje um dia não foi aceita e um dia não mais será. Nada surgiu do nada, tudo um dia começou e tudo um dia findará.
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