segunda-feira, 18 de maio de 2015

PSB e PPS: Era Uma Vez Dois Partidos

Hoje, quando o PPS (Partido Popular Socialista) anuncia fusão com o PSB (Partido Socialista Brasileiro), convém que se faça uma análise e isso pode acontecer a partir de dois pontos. O primeiro é sobre o fazer político, sobre a ética partidária, bem como sobre as ideologias políticas no Brasil; o segundo, diz respeito ao comunismo e socialismo, conceitos que estão intimamente entrelaçados de modo a se confundirem como até mesmo como sinônimos. A situação dos dois partidos nesse momento de fusão é emblemática. São iguais ideologicamente e representam o que há de mais atrasado no espectro político; o chamado caciquismo, em que alguns indivíduos se adonam de uma agremiação partidária e a conduzem, independente das vontades dos demais membros. Entretanto, os dois partidos são originários de uma história do movimento comunista e socialista, com programas claros, uma militância aguerria e voltados para as necessidades mais prementes da sociedade. O PPS um dia foi PCB (Partido Comunista Brasileiro), foi fundado em 1922 em meio às lutas operárias, alinhado ao PCUS (Partido Comunista da União Soviética), esteve à frente de vários movimentos sociais, urbanos e camponeses, pelo Brasil a fora. Em 1956 o famoso discurso do líder russo, Nikita Kruchev, levaria a uma cisão interna, dando origem agora a um outro, o PCdoB (Partido Comunista do Brasil) e que persiste até os dias de hoje. Em 1992, o Partido que já fora liderado por figuras como Luiz Carlos Prestes, Werner Herzog e Oscar Niemeyer, completamente descaracterizado, tentava a fusão com outros partidos, mas sem sucesso, trocou seu nome para PPS. Já o PSB que nasceu de um movimento brasileiro de esquerda, se posicionara politicamente como socialista, mas negando uma submissão aos movimentos internacionais. Sua origem se deu em 1945, com o movimento Esquerda Democrática, liderado por João Mangabeira e em 1947, seria fundado como partido e com a sigla que trás até os dias de hoje. Durante toda a sua existência o Partido teve entre suas lideranças personalidades de reputação inabalável como o próprio Mangabeira ou Miguel Arraes e Jamil Hadad, entre outros. No afã das disputas políticas, os dois partidos abriram suas portas a quem quer que seja, sendo invadidos por pessoas com perfil muito diferente do que se propôs originariamente. Se por um lado o PPS hoje não passa de uma sigla de aluguel a mais no balcão dos negócios políticos, o PSB trouxe para os seus quadros antigas figuras oligarcas que sempre estiveram identificadas com o que existe de mais espúrio no trato da coisa pública. Parece que a fusão dessas duas agremiações está correta porque são iguais e nisso não há nada de estranho, já que representam o que há de mais condenável na política partidária brasileira: o caciquismo, o distanciamento dos programas e a falta de uma base militante.

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