quinta-feira, 6 de agosto de 2015
Democracia: Conceito e Prática
A democracia tem vários problemas: a lentidão nas decisões, a imposição da maioria, a escolha de pontos que não necessariamente são os melhores para a sociedade - em geral, não passa de um disfarce de quem está no poder e assim segue em uma série de falhas, mas nada que disso se compara à sua fragilidade na manutenção das instituições. Essa fragilidade acontece porque em um momento ou outro pode ser dominada, manipulada e destruída por qualquer governante - muitas vezes com discurso democrático.
Em primeiro lugar há lentidão porque havendo democracia em uma sociedade, nenhum governante pode ou deve se arvorar como depositário da verdade e responsável único pela execução das ações. Pelo contrário, mesmo legitimado no voto é necessário que obedeça uma sequência de trâmites, seguindo a legislação posta como forma de respeitar as vontades da população e com isso proporcionar a todos transparência nas ações.
Entretanto, por mais que se possa inserir ao conceito a noção de liberdade, de transparência ou de igualdade política, o certo é que a maioria dos membros da sociedade não necessariamente está certa das suas escolhas e alguns - por desinformação - votam e agem contra suas próprias vontades. Por mais que se busque a democracia, não se pode negar que qualquer estrutura política que se convém chamar por tal adjetivo vive a eterna dicotomia: qualidade versus quantidade.
Acontece que na era moderna o conceito trazido dos antigos gregos antigos se tornou simpático para as elites pensantes e para todos os entendidos da Ciência Política; talvez por isso todo governante se pretenda democrático. Alias, o conceito se tornou tão importante na legitimidade da ação política que o pior ditador mandará prender qualquer cidadão que por ventura se árvore em chamá-lo de antidemocrático.
Mas se há legitimidade isso significa que ali está consolidada uma noção de que os membros da sociedade tem ganho real dentro dentro da democracia. O que se está querendo dizer é que, por mais falhas que possa ter e por mais frágil que possa ser, em uma sociedade que se pretenda madura, é necessário cultivo da democracia.
Afinal, ela existe como qualquer outra atividade humana, mesmo aquelas para além das atividades político partidárias: quem não pratica democracia na própria casa, na escola, na igreja ou no sindicato, como poderá pensá-la na atividade político-partidária? As falhas e as fragilidades da democracia só podem ser eliminadas no passo a passo, exercitando-a ininterruptamente.
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