quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O Ocidente, a História e Seus Limites

As denominações dos períodos históricos como Idade Antiga, Idade Média ou Idade Moderna foram feitas pelos eruditos iluministas da modernidade, dentro de uma visão racionalista. Alem desses três períodos, outros momentos foram sendo denominados como a Idade Contemporânea ou a Pré-História e assim, todos os pontos da história foram classificados; esse ultimo - por exemplo - fora divido em Neolítico e Paleolítico que, mais uma vez, fora divido em Superior e Inferior. Esses períodos foram sendo estabelecidos com datas de seu início e seu fim e fixados a partir de um fato histórico marcante; por exemplo: a mudança da Idade Antiga para Idade Média tem a queda do Império Romano do ocidente com a invasão pelos povos bárbaros no ano de 472 aC. Já, marcando o final da Idade Moderna e o início do que fora chamado de Idade Contemporânea encontra-se a Revolução Francesa e, mais precisamente, a Tomada da Bastilha, em 14 de julho de 1789 - quando a população invadiu a prisão que continha os presos inimigos da monarquia e soltaram-nos. Interessante que essas divisões não são consenso em todo o mundo, sendo usadas basicamente pelo Ocidente e pelos países ditos ocidentalizados (colonizados pelos europeus): a América, a Oceania, parte da África e da Ásia. Nesse caso, quando os países ocidentalizados falam de Idade Média ou Antiga, falam do período que fora vivido pela Europa e pelo Oriente Médio e começam suas histórias pelas suas colonizações, já na Idade Moderna. Também não há consenso entre os historiadores dos diversos países com relação ao fato histórico que delimita o fim da Idade Moderna e o início da Idade Contemporânea. Os historiadores brasileiros sempre tiveram uma ligação direta com seus colegas franceses, portanto usam como marco que sinaliza a mudança desses períodos pela Revolução Francesa. Entretanto, há diferenças com relação a outros países. Os ingleses usam a Revolução Inglesa, os alemães a Unificação Alemã, os Russos a Revolução Soviética, enquanto outros usam eventos importantes ocorridos em seus países. O que denota de tudo isso é que essas classificações com datas delimitadoras, não passam de frágeis tentativas de estabelecimento de critérios para entendimentos da história sob a égide ocidental; a história contada pelos europeus e por seus colonizados. Não se pode pensar que isso concretamente seja algo absoluto de entendimento e aceito pela erudição de toda a humanidade.

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