segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O Facebook, a Comunicação e o Caos

A linguagem sempre teve sua importância definida na filosofia, mas foi só nós dois últimos séculos que ela tomou força pelo mundo a fora - provocando nas comunidades acadêmicas os mais acirrados debates e revelando grandes pensadores como Pierce, Wittgenstein, Saussure, Chomsky, além de outros. A conclusão que se chegou é que o humano - enquanto tal - é formado pela comunicação que experimenta a partir de um conjunto de linguagens, ao qual está submetido em toda a sua existência. Um grupo de pessoas vivendo lado a lado, sem qualquer tipo de linguagem que os una, que amarre os interesses comuns, será para sempre um amontoado de seres humanos sem qualquer construção social; nunca será uma sociedade. Isso porque na vida de uma pessoa há uma constante reformulação da personalidade e acontece na totalidade das informações que são recebidas constantemente do mundo externo. Se todos os seres só se relacionam se possuírem algum tipo de comunicação, o problema dos humanos começa quando essa não se dá de forma a construir um alguém integrado (íntegro) à sociedade. Acontece que na comunicação humana, quando estudada, se percebe suas estruturas lógicas, sistemas racionais, mas também rodeada de cultura, de preconceitos, de religiosidades e de toda um conjunto de interesses comuns e particulares. Quando a comunicação se dá diretamente, de pessoa para pessoa, acontece o diálogo (dois logos) de forma natural; diferente será se essa comunicação for feita em veículos de imprensa com estruturas empresariais levando, junto com as informações elaboradas, os interesses corporativos do lucro. Nesse caso é mais fácil para o estudioso a percepção dos jogos de interesses e o controle dos fatos, tendo em vista que é possível entender os objetivos, já que se expõem dentro de uma lógica política e econômica. O que não acontece, mais recentemente, quando se usam indiscriminadamente as redes sociais para exporem um emaranhado de fatos e dados fictícios em uma constante dilaceração de informações às quais o emissor não tem a mínima noção do que emite. O caos. Ora, se a comunicação se formar a partir do caos, de interesses de uns e de desconhecimentos de outros, a sociedade em referência não terá outro caminho para seguir se não o do caos; ou seja: uma massa de desinformados se achando informados. Assim, se o saber é poder - o não saber, ou o saber truncado, é um não poder; e isso deve ser entendido como a realidade de uma parcela expressiva da sociedade levada a uma situação de submissão e, consequentemente, de manipulação e de dominação.

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