segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Violência: os Humanos e a Sociedade

A violência é um daqueles temas debatidos exaustivamente nas academias e nos meios de comunicação de massa, mas nunca o suficiente para assim chegar a um resultado satisfatório na busca de solução. Já os pensadores contratualistas divergiam a respeito: se um afirmava que o homem é bom por natureza, mas que é o sistema o deixara perverso, o outro dizia diferente, o homem é sim mau por natureza, necessitando constantemente da força coercitiva do estado. Entretanto, não cabe aqui o debate contratualista se o homem, num estado de natureza é bom ou mau, mas traçar algumas ideias sobre a dinâmica social que desemboca no fenômeno da violência. Para começar, o conceito é por demais complexo e isso dificulta a compreensão do objeto em si; etimologicamente a palavra violência designa-se como o ato de violar. Nesse caso, a resposta desemboca em outra pergunta: violar o que? Ora, a dignidade do outro. Em geral são determinados como violentos os atos que provoquem a mutilação de corpos ou sangramentos, ocorridos através de acidentes ou provocados criminosamente por alguém etc. Entretanto, a violência é mais que isso: uma fala, um olhar e mesmo um silêncio pode ser enquadrado como parte desse fenômeno. Da mesma forma que um carinho de quem não se deu tal permissão é uma violência; assim como pode não ser violência se um corpo for mutilado, se houver sangramento, e mesmo o ato de matar, caso seja feito pensando-se no bem estar da pessoa envolvida. Na problematização residem dois pontos complicadores para o entendimento da violência: primeiro, a indústria que se formou entorno do tema - são inúmeras as empresas de segurança, de blindagem de veículos, de cercas elétricas, de câmeras de segurança etc; segundo, o estado não investe em políticas públicas que visem agir preventivamente para uma maior interação social, assim como não investe propriamente na segurança pública. Enfim, a violência é uma realidade própria de todas as sociedades humanas e, mais intensamente, dos grupos urbanos; assim, mais que uma discussão conceitual, o objeto deve ser pensado como um fenômeno social próprio das relações. Portanto, não se trata de erradicar a violência do meio social, mas de estudar a intensidade e as origens, para que assim, agindo nos pontos causadores, se possa diminuir sua intensidade.

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