segunda-feira, 14 de setembro de 2015

E o Velho Mundo Envelheceu

O homem europeu, durante a era moderna, expandiu sua economia por todo o planeta e, com isso, impôs sua religião e sua política, juntamente com seus medos e suas frustrações. Durante séculos os maiores homens da filosofia, das ciências e das artes que ditaram verdades e certezas para o mundo foram consagrados em ateliês, laboratórios e academias europeias. Isso porque, durante séculos, o mundo voltou-se para a Europa como a casa editorial do planeta Terra, a origem das verdades absolutas. Nesse período as línguas de origem latina e anglo-saxônica passaram a ser procuradas como os idiomas próprios para a comunicação entre os povos ou especificamente para ligarem os interessados em arte, em ciência ou em filosofia. Entendidos de arte pelo mundo a fora aprenderam o Francês ou o Italiano para melhor compreensão dos conceitos artísticos - filósofos asiáticos, africanos ou sul-americanos tiveram de aprender o Alemão, pois só assim poderiam ler os grandes mestres no original e o mesmo aconteceu com os cientistas. Assim, pessoas dos quatro cantos do planeta recorreram ás cidades do continente para se fazer fotografar diante de castelos, obeliscos e catedrais como prova de suas passagens pela Europa. Mas o tempo segue o seu curso e a modernidade chegou ao fim. Restou ao velho continente um legado histórico de inúmeras revoltas e revoluções, de pequenas e grandes guerras - locais ou mundiais - e os resultados foram genocídios que dizimaram milhões de pessoas em nome de uma pretensa supremacia racial. A isso somam-se os dois sistemas econômicos - capitalismo e socialismo - impostos ao mundo como verdades absolutas, como modos perfeitos de organização social, mas que faliram em suas expectativas. Se um falhou no que pretendeu proporcionar igualdade social diante das necessidades de cada um, o outro se estruturou como uma acumulação de riqueza individualista de capital, fazendo crescer as finanças de alguns poucos e levando miséria crescente milhões de outros. A verdade é que os europeus criaram um padrão de cultura próprio, tomaram-no como verdadeiro e impuseram esse padrão para o restante do mundo. Durante um tempo isso transcorreu correu como natural, mas nada é para sempre e o ciclo se fechou. O resultado foi que o racionalismo europeu perdeu o efeito e, com ele, os seus sistemas políticos, artísticos e econômicos: há anos não surge um ciência, uma literatura, uma arte, um pensamento inovador. Resta pensar que, verdadeiramente, o velho mundo envelheceu.

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