segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Karl Marx, Ainda Desconhecido

Próximo de completar duzentos anos de seu nascimento, depois de ter elaborado um pensamento que influenciou boa parte dos intelectuais do todo o mundo e depois de tantas lutas revolucionárias terem sido desencadeadas seguindo sua teoria, o pensador alemão, Karl Marx, continua desconhecido. Isso porque, pessoas com posições políticas e econômicas diferentes, têm atitudes - no mínimo - de estranhamento em relação a sua teoria. Por um lado existem aqueles que se identificam com um pensamento que endossa o sistema vigente e vêm no marxismo uma monstruosidade a ser erradicada. Sobre esses nada se pode dizer pois estão defendendo seus interesses de classe, já que a essência do pensamento do jovem hegeliano - e toda a teoria social originada nele - é a sua destruição. O estranho é o desconhecimento por parte daqueles que se preocupam com as transformações sociais e com a construção de uma sociedade justa e fraterna. Alguns chegam mesmo a citar vários pensadores sociais, mas fazem isso desconexos do materialismo histórico. É preciso que se leve em consideração que na teoria marxista entrou um conceito que foi um dispositivo fundamental para o surgimento de inúmeros pensadores engajados nas lutas sociais: a práxis. Com isso, surgiram pensadores declaradamente marxistas como Antônio Gramsci, Rosa Luxemburgo ou Leon Trotsky, entre outros, e muitos não declarados como o pessoal da Escola de Frankfurt, Paulo Freire, Jurgen Habermas e ainda outros. Todos eles grandes pensadores que merecem seus reconhecimentos, tendo em vista a inovação que proporcionaram, bem como a ampliação no conhecimento social e político. Entretanto, quem se pretenda estudar um Michel Foucalt, um Zigmunt Bauman ou um Éric Hobsbawm, além de outros, precisa levar em conta as suas ligações originais com o pensamento de Marx da mesma forma como ele buscou em Hegel que por sua vez buscou em Kant e assim por diante. Não foi Marx quem trouxe para o debate os problemas sociais - Platão, em A República, já os fazia - mas foi ele quem o sistematizou cientificamente e trouxe a baila a necessidade da participação popular visando uma transformação do mundo. Enfim, o desconhecimento e até o medo em relação ao pensador que escreveu O Capital, parece motivado por uma campanha sistemática - contrária, produzida pelas classes sociais mais abastadas, mas ecoadas por aqueles que seguem sem muita noção de para onde vão.

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