segunda-feira, 28 de setembro de 2015
Consciencia, Saber e Saber Que Sabe
Uma diferença básica se estabelece entre a consciência de si no mundo, pensada pelos existencialistas como Jean-Paul Sartre e Soren Kierkegaard, e a consciência política, pregada por Karl Marx e todos os pensadores de linha marxista. A partir daí a confusão se estabelece, tendo em vista que o conceito de consciência se impõem como a necessidade imprescindível para uma liberdade existencial e política.
Termo esse que - nos tempos de modernidade - tem sido reivindicado por todos os setores das ciências sociais e humanas: dos teólogos aos economistas, dos juristas aos sociólogos e assim por diante. No entanto, a palavra vem sendo usada, sempre, como a posição de toda e qualquer pessoa que não discorde do pensamento posto pelo seu interlocutor; só que isso dificulta a tomada da própria consciência.
Ora, o conceito é muito mais amplo requerendo uma análise criteriosa. Consciência deve ser seguida pelo sentido de alguém que se percebe no mundo e que, por isso, sofre uma angústia - só possível pelos humanos - condição de alguém que sabe e sabe que sabe. Isso porque, apenas o saber da existência de um objeto ainda não é a consciência desse objeto. Ora, o cão que recebe o amigo humano com felicidade sabe quem é esse outro que ele se depara, mas não sabe que sabe disso. Nesse caso, o conceito deve ser pensado como a possibilidade de se sentir existindo.
Nesse caso, há uma divisão entre a consciência do existir no mundo e a consciência política proposta pelos marxistas, como motivo de luta política por transformação na sociedade. No primeiro caso a consciência é uma angusta por existir, de se perceber no mundo e isso é inerente a qualquer indivíduo da espécie humana: de onde vem, para onde vai, o que faz aqui, ou seja, qual o sentido da sua existência? Caso não houvesse essa tal consciência da existência, não haveria sentido a existência da própria filosofia, tendo em vista que a filosofia tem como essência a busca por respostas para tais angústias.
No segundo caso, a consciência não foge do conceito a que fora pensado anteriormente, mas toma um outro sentido. Nesse caso, alem da existência, há um sentido político, como se fosse um nível acima. Isso quer dizer: não basta se perceber como alguém no mundo, mas também se perceber como membro de uma sociedade que tem decisões a serem tomadas e que essas afetam diretamente a vida de cada um dos membro.
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