quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
A Maçonaria e as Lutas Sociais
Nesses tempos em que a maçonaria se diz não mais secreta, mas apenas discreta, ou quando ela se insere na política brasileira visando ou a defesa de um continuísmo direitista - indo para as ruas com estandartes contrários às políticas sociais convém que se faça algumas reflexões a respeito. Nesses tempos estranhos ela quebra a defesa dos interesses populares e nacionais como aqueles tecidos com a insígnia da Liberdade, Igualdade e Fraternidade
Ora, se o sistema republicano e democrático, com a legitimidade no voto, nasceu com os antigos romanos e gregos, se fortaleceu na modernidade a partir das convenções maçônicas ocorridas nos clube liberais, às escondidas e marcadas por apertos de mão, nas assinaturas pontuadas e outros gestos. Se a Igualdade defendia as oportunidades que deveriam ser oportunizada para cada cidadão, a Fraternidade trazia o simbolismo do apoio ao menos favorecido e a Liberdade trazia dentro de si a força da democracia e o respeito ao jogo democrático.
Na história mundial é muito comum se ler sobre irmandades, partidos ou qualquer agrupamento de pessoas que se formaram com interesses políticos, religiosos ou econômicos - ou tudo isso de uma só vez. Foi assim que a maçonaria se inscreveu com sucesso na história participando dos maiores eventos políticos ocorridos no ocidente cristão: da Indecência dos Estados Unidos a Revolução Francesa; no Brasil, da Independência a Proclamação da República.
Mas se um dia essa mesma maçonaria se ergueu contra papas, reis e imperadores, na defesa dos povos famintos, oprimidos pela nobreza opulenta, não tem sentido que nos tempos atuais inverta o seu papel e se renda aos interesses dos pequenos grupos de privilegiados. Os maçons se opuseram contra Luiz 16 na França não por se sentir na obrigação de ser contra um dado governo, mas porque esse havia feito a clara opção em manter os privilégios do antigo regime.
O que está ocorrendo? Os tempos são outros, a força maçônica já não é mais a mesma e, portanto, já não se faz mais necessária uma instituição medieval? Não é isso. Perdeu o foco. Perdeu o sentido de sua existência (no Brasil de hoje, principalmente) se fechando como instrumento de manutenção dos privilégios de alguns poucos. Isso é uma perda para a sociedade tendo em vista que se perde mais uma histórica força transformadora, mas não acaba provocando um mal maior, já que quando uma instituição perde o seu foco vai junto seu prestígio e, consequentemente, a sua capacidade de inserção.
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