segunda-feira, 28 de dezembro de 2015
Marx: é Preciso Uma Busca Radical
Uma coisa é certa: o movimento político de esquerda em todo o mundo vai além das simpatias e filiações partidárias e todos os grupos se fundamentarem em torno de uma luta radical - democrática ou armada - por uma sociedade mais justa e fraterna. O que não se diz é que o pensador que fundamenta, mais ou menos, essa luta política com seus conceitos de alienação, práxis, consciência de classe, dialética materialista etc, é Karl Heinrich Marx.
Com isso é muito comum que esquerdistas o interpretem de forma superficial, assim como também fazem os fascistas (membros de uma corrente política de direita que valorizam uma elite local, calcados em uma economia de mercado). Superficialidade porque ao fazerem isso se distanciam daquilo que o pensador afirmou; enquanto os primeiros o aceitam sem qualquer análise crítica, histórica e conceitual, os outros o repelem com medo sem se quer tentar entendê-lo.
Afinal, o grande mal, impedidor do conhecimento de um tema são vários os pontos, mas a falta de um fundamento é o mal maior já que é o fomentador de todos os outros males. Quer dizer: no estudo de um tema qualquer é preciso ser radical e é preciso fazer isso se despindo de qualquer passionalidade (amor, ódio ou medo).
Ora, o pensamento de Marx é contemporâneo e assim permanecerá por muitos anos como tantos pensadores importantes e necessários para a "intelligentsia" mundial. Nada mais. Muitos já falaram que para entender Marx é preciso buscar Hegel e que para entender esse é preciso buscar Kant - e é uma grande verdade, mas poucos levaram isso em consideração.
Immanuel Kant botou o tempo na filosofia: aquilo que se ouve, se vê ou se toca agora será entendido a partir de um processamento do que já se fizera em outro momento e assim, subsequentemente. E esse processo ele chamou de crítica. De posse dessas linhas gerais Georg F. Hegel afirmou que se o que se entende hoje é diferente do que se entende amanhã é porque a humanidade é filha de sua própria história. Por isso, tudo que se sabe nada mais é que uma tese no confronto com outra (antítese) que gera ainda uma outra tese (síntese) e assim por diante. Marx levou isso mais adiante e afirmou que o homem é sim fruto de sua história e também seu construtor, mas que essa nada mais é que o modo como se produz para viver, desde os primórdios de sua existência.
Enfim, os radicais de esquerda precisam se aprofundar nesses pontos e muito outros, para que não acabem fazendo jogo contrário à tudo o que próprio Marx propôs, assim como os direitistas precisam estudar Marx, Hegel e Kant, para não falarem bobagens e não criarem fantasmas.
(OBs. Publicações sempre segunda e quinta-feira).
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