segunda-feira, 7 de março de 2016

O Medo, a Fraqueza e o Ódio

Assim como a vergonha e a dor, o ódio pode ser interpretado como um instrumento de defesa do indivíduo já que acontece quando a consciência interpreta os seres ou as ações que se avizinham como perigosos para a sua existência. Por outro lado, se o amor – o seu inverso – pode ser interpretado como um querer o outro, um estar para o outro, o ódio deve ser observado com as características contrarias: de execrar, de prejudicar, de destruir e de tudo que venha reduzir ou até eliminar o outro do combate. O ódio é uma expressão que vem do Latim (odiu) e que também é chamado de raiva, rancor ou ira é um sentimento intenso de contrariedade. Algumas vezes traduzem-se como antipatia, aversão, desgosto, inimizade ou mesmo repulsa contra uma pessoa, um grupo de pessoas ou algo em particular. A grande questão que se põe filosoficamente é: o que move alguém a desenvolver esse sentimento de destruição contra o outro? De antemão pode-se dizer que o ódio se fundamenta basicamente no medo, consciente ou não. O medo, por sua vez, poderá ser daquilo que já alterou o seu modo de vida ou limitou os anseios, como também contra a ameaça do que poderá vir a ser. Interessante é que se o ódio se origina do medo, esse - por sua vez, não tem necessariamente a sua origem em fundamentos reais, mas em grande parte no fantástico, no imaginário ou na mentira. Isso porque o medo é uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer algo por se sentir ameaçado tanto fisicamente quanto psicologicamente. Mas o ódio pode se encaminhar para mais que alguém em particular ou para algo: pode ser contra grupos de pessoas de uma dada identidade que, na fraqueza do odioso, provocam-lhe o medo. É assim que se manifesta a homofobia, o racismo, o ódio político ou social. Uma fraqueza originada na ignorância dos fatos que leva essas pessoas a sentirem-se ameaçadas devido às origens étnicas e sociais, opções sexuais, ou a maneira de pensar dos outros. Enfim, o odioso é um fraco tendo em vista que o objeto do seu sentimento se origina no medo do estranho e no pavor do seu enfrentamento; é um fraco porque o seu ódio ocorre devido à ignorância das particularidades sim, mas também pelo não conhecimento do todo. Isso quer dizer: quando o odioso perceber que as diferenças são partes necessárias para compor um todo largará mão de tais sentimentos.

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