segunda-feira, 25 de abril de 2016

Fascismo

Estados totalitários e autoritários, com seus governantes absolutos, sempre existiram ao longo de toda a história política; entretanto, pensado teoricamente e posto em prática, com um nome, só ocorreu na década de 20 do século passado. E fora Benito Amilcare Andrea Mussolini, o ditador italiano entre 1924 a 1945, o grande teórico que denominou o fenômeno como fascismo, buscando na etimologia dos feixes de varas, carregadas por funcionários romanos, diante de altas autoridades, e o implementou como ideologia. Acontece que uma antiga tradição etrusca, de que uma só vara quebra fácil, mas em um feixe, dificilmente, seriam quebradas; o Império Romano, assentado sobre a cultura etrusca, determinava que lictores (funcionários públicos) carregassem pequenos feixes de varas, amarradas a um machado e, assim, precedessem o caminhar de magistrados, cônsules e imperadores. A teoria de Benito Mussolini de que uma dada sociedade deveria fechar-se em si mesma, não aceitar as inovações sociais, políticas e culturais, se assegurar em uma dada camada social privilegiada e fortalecer profundamente um nacionalismo (ao ponto de se chegar ao uma xenofobia) foi aceita e implementada por grupos políticos e militares em todo mundo. O profundo nacionalismo xenofóbico e homofóbico levou estados a provocarem uma decadência artística, filosófica, jurídica e científica, ressalvando a medicina que avançou com as experiências em pessoas estrangeiras ou opositoras ao regime. Esse foi um dos períodos que o mundo se envergonhou de suas ações: por mais que se falasse em Deus e que o outro é o seu próximo, mataram-se milhares de pessoas, torturou-se, relegou-se a fome ou desprezou-se em campos de concentração. Isso fora feito em nome de uma pureza social ou racial: lugar de branco rico é de branco rico, porque o lugar de negro, de índio, de pobre tem de ser em outro lugar. Nesses estados, onde se instala o fascismo, o legislativo e o judiciário não legislam ou julgam, mas são marionetes que, por vezes, até acreditam estarem fazendo um verdadeiro papel de legislador ou de magistrado, mas que sustentam um sistema que favorece um pequeno grupo privilegiado. Desse pequeno grupo está uma burguesia local da qual fazem parte – entre outros – os proprietários dos meios de comunicação que se encarregam de conduzir a classe média e até os mais pobres, a apoiarem. Foi assim com Mussolini, com Hitler, com Salazar, com Franco e com todos os outros grandes ditadores, ascenderam quando um governo democrático e popular estava iniciando reformas de base na sociedade. Num primeiro momento se enfraquece o governo legítimo até que o governante seja assassinado, deposto ou renuncie; no segundo, num vácuo de poder, surge uma ditadura cruel com um pretenso “salvador da pátria”.

3 comentários:

  1. Excelente reflexao professor. Com onacresvimo de que O fascismo ao fechar a sociedade em si repete isso ao nivel individual e enclausura cada qual dentro de si. verborragio.blogspot.com.br

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  2. Excelente reflexao professor. Com onacresvimo de que O fascismo ao fechar a sociedade em si repete isso ao nivel individual e enclausura cada qual dentro de si. verborragio.blogspot.com.br

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