sexta-feira, 15 de abril de 2016

O Medo e a Sobrevivência

Diante da evidência de um risco que poderá pôr em perigo a integridade do indivíduo, é natural que esse sinta a experiência do medo; conceito esse que pode ser definido como um instrumento de defesa e que tem como propósito primordial a proteção. Na situação, o cérebro do envolvido calcula a proximidade do objeto do temor, a sua intensidade, estabelecendo as possibilidades e a aproximação do perigo; com isso, o sistema neurológico e toda a estrutura de defesa do corpo é posto em alerta. Dessa forma, pode-se dizer que, juntamente com o apetite sexual, o medo tem uma função primitiva que é a de perpetuação da espécie. O seu sinônimo pode ser ainda temor, pavor, pânico, susto ou terror e relaciona-se com as fobias, como a dificuldade para permanecer em lugares altos, ou na presença de aranhas ou próximo armas de fogo etc. Nos relacionamentos sociais o pavor também se manifesta. Nesse caso, pode ser a iminência de uma nova ordem econômica ou o horror ao relacionamento com pessoas de outra opção sexual, de outra religião, de outra nacionalidade ou de outra etnia. Para a sociedade, o problema é que a pessoa amedrontada vive na constante insegurança, sem saber ao certo quais passos deve dar e, nessa condição, pode apresentar várias reações que vão de alterações físicas no próprio corpo a alterações psíquicas, mudando o comportamento. Com medo a pessoa tem duas opções: fecha-se em si mesma ou torna-se extremamente agressiva e até suscetível a ações inimagináveis. Entretanto, o amedrontado não está, necessariamente, embasado em fatos reais; ele pode estar experimentando um estado de espírito causado por ilusões provenientes de crenças estabelecidas anteriormente. A conclusão que se tira é que se por um lado o medo poder ser instrumento de defesa de qualquer indivíduo, pode também tornar-se um sistema opressor levando-o a um inferno em vida. Se o medo é um fenômeno natural, o indivíduo amedrontado precisa, encontrar o meio termo entre os cuidados com a vida e a própria existência no pavor; afinal, com ou sem medo a vida segue e o fim chega.

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