sexta-feira, 22 de abril de 2016

Golpe

Golpe é golpe em qualquer lugar do mundo, pode se chamar impeachment, em Inglês, coup d'État, em Francês ou Staatsstreich, em Alemão, acontecem sempre pelo mesmo motivo: uma parte das pessoas que se relacionam com o estado – uma dada elite - é contrária às decisões governamentais e resolve golpeá-las apeando o governante de suas funções legítimas. Isso pode ser feito através de um assalto armado levando os membros do executivo a prisão, morte ou exílio ou, sutilmente, buscando brechas na lei. No primeiro caso haverá um desgaste interno e externo, os investidores ficarão receosos em mandarem seus dinheiros para o país, além do que necessitará do apoio sistemático de uma “potência mãe”. Portanto, o mais sensato é buscar um dispositivo legal que dê essas condições e que transpareça para todos uma condição de normalidade. Isso porque sempre pode haver algum artigo na carta magna do país que possibilite uma reinterpretação, favorecedora, para a realização de tal evento. A palavra golpe é bastante rejeitada por todos, de modo que aqueles que o praticam o renegam; isso porque o seu conceito, em geral, vem carregado de sentimentos de traição, de derrotismo, de que seus praticantes são perdedores e que, por não aceitarem tal condição, encontram um meio ilegítimo para chegar ao poder. Por isso, golpe precisa que seja estabelecido com toda aparência de normalidade, com o apoio do maior número de órgãos do estado e dos órgãos de imprensa e todo o seguimento social dos descontentes. A expressão, golpe de estado, foi cunhada em 1639, por Gabriel Naudé, no livro Considerations Politiques Sur le Coups d'Etat, quando definiu-o como o ato em que um governante, em defesa do interesse público, viola as leis e regras estabelecidas. Atualmente o conceito se ampliou e golpe de estado se define como o ato de um grupo político que renega as vias institucionais para chegar ao poder e apela para métodos de coação, coerção, chantagem, pressão ou mesmo o emprego direto da violência para desalojar o governante. O fenômeno costuma acontecer quando grupos da sociedade se sentem feridos nos seus interesses econômicos e passam a fazer oposição sistemática às decisões governamentais. Golpe é golpe, independente se o termo é pesado ou não, se as conseqüências econômicas serão desastrosas ou não, se isso passa a imagem de um país frágil institucionalmente ou não.

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