quinta-feira, 15 de maio de 2014

Kant: a Razão e a Ética

Quando alguém fala sobre o pensador alemão Immanuel Kant (1724/1804), não esquece de citar a sua vida metódica e o seu tempo, rigorosamente preciso; o que é verdadeiro. Conta-se que nunca saíra de sua pequena cidade natal, Koenigsberg - um vilarejo no extremo oeste da antiga Prússia, mas que conhecia Londres melhor que os londrinos. O certo é que para entender Marx, precisa-se entender Hegel e esse, para ser entendido, faz-se necessário buscar por Kant.   A sua grande importância para o pensamento humano, está no conteúdo de seus dois principais livros, Crítica a Razão Pura e Crítica a Razão Prática. No primeiro, ele expôs sobre a possibilidade - ou não - da  razão apreender algo do objeto observado, numa construção cientifica e, o outro, sobre a necessidade - ou não - de tal aprendizado. Nesse caso, ele mostra também as antinomias da razão: a infinitude do tempo e do espaço não estão entre as nossas possibilidades de entendimento, bem como a causa primeira da origem de tudo. Aliás, as três perguntas que regem o pensamento kantiano: podemos saber? devemos fazer? e o que podemos esperar? Nesse último caso, o pensador de Koenigsberg indaga sobre finitude humana e sobre a solidão da existência. Entretanto, o centro do seu pensamento está na segunda questão, quando fala de ética, moral e lei, alegando que "o homem livre é aquele que obedece as leis". Fala-nos de um Imperativo Categórico. O que seria isso? Numa tentativa de traduzir seu pensamento, diria-se que ética é um querer bem, mas isso de forma incondicional. Não é ético aquele que diz querer bem, mas o faz por medo, para ter algo em troca, para ser bem visto ou por qualquer outro motivo. Assim como, não é ético aquele que quer bem apenas às pessoas da sua família, da sua religião, da sua profissão, da sua etnia etc. Kant dá uma linha da condição humana a ser seguida, de forma ética, que os pensadores vindos após ele, não tiveram como superá-lo. Nos tempos atuais, quando se pensa a ação ética, necessariamente precisa-se remeter a ele. Quando o pensador de Koenigsberg fala de Imperativo Categórico, ele a descreve como uma máxima: "Faz ao outro, apenas aquilo que tu aceitarias como regra geral". Esta, por sua vez, vai ao encontro do pensamento cristão, "Amar ao próximo como a ti mesmo".

2 comentários:

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  2. Em uma sociedade que encontra dificuldades em ter tolerância com o próximo, falar em amar, parece algo utópico. Ficamos assustados a cada vez que nos deparamos com a notícia de um ataque gratuito, que a ou b tenha sofrido, por ser negro, homossexual, nordestino, cristão, indígena, são as razões mais absurdas, e todas tem raiz na intolerância, na incapacidade de conviver com o diferente, de enxergar no outro aquilo que nos faz iguais, sermos humanos e fatidicamente mortais. Acho tão bonito o trecho da música "Brincar de Viver" do Guilherme Arantes que diz assim "E eu desejo amar todos que eu cruzar pelo meu caminho". Se ainda para muitos de nós, é algo impensável amar ao próximo, vamos começar nos exercitando pela via da tolerância, quem sabe somos flechados pelo desejo de amar e finalmente amarmos nossos semelhantes. Alguém pode dizer que estou sendo demasiadamente piegas, tudo bem , te amo mesmo assim!

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