quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Mulheres, Homens, Machismo e os Adjetivos

A presença da mulher, cada vez maior, em espaços outrora controlado apenas pelo homem, fez a sociedade, nas ultimas décadas,  voltar-se aos antigos adjetivos que sempre designaram funções masculinas. O que nao é pra menos: as mulheres estão presentes hoje, praticamente em todas as atividades que outrora foram ocupadas exclusivamente por homens. Na língua portuguesa, alguns adjetivos sempre foram usados de forma diferenciada, como é o caso de rei e rainha, de professor e professora, de advogado e advogada, alem de outros. Algumas expressões são usadas igualmente para os dois gêneros, como o de artista ou o de atleta. Ainda outros adjetivos podem ser usados tanto de forma genérica, quanto diferenciados:  pode ser usado apenas poeta, mas também poetisa, pode ser usado apenas soldado, mas também soldada e assim por diante. Em alguns casos existem flexões para o feminino diferenciado, de duas formas; ou seja, um para a mulher que ocupa tal função e outro para a esposa de um homem que ocupa a função. Exemplo: o embaixador - a esposa, a embaixatriz, e a embaixadora, ou o senador - sua esposa, a senatriz, e a senadora.  Também é natural que, quando uma mulher assume um cargo distinto, se saiba da parte dela qual sua vontade de ser chamada; por exemplo, de presidente ou de presidenta. Se o pedido for de presidente, genérico, demonstra não haver, por parte da governante, uma preocupação com a causa da mulher, mas se a solicitação for de que seja chamada de presidenta, a preocupação será de inserir uma posição firme da mulher no mundo do trabalho. Aliás, o pensador alemão, Jurgen Habermas, afirmara existir na fala, o que ele chamara de agir comunicativo. Entretanto, tambem é bastante comum que pessoas com tendências políticas opostas, nao sigam o solicitado pela pessoa distinta e use exatamente o adjetivo oposto, como uma forma de contrariá-la. Enfim, não importa se  chamarmos a mulher que canta, de cantor ou de cantora, mas a sua capacidade de cantar, a beleza da sua voz, a afinação, o timbre e a harmonia. Fora disso, é uma afirmação da mulher num mundo até hoje dominado por homens e ainda tão machista: afinal, há uma prática no discurso.

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