domingo, 19 de outubro de 2014
Terroristas ou Soldados Valorosos?
Quando a imprensa trata os conflitos internacionais, usa a palavra terrorismo para designar, deliberadamente, as ações contrárias ao poder hegemônico mundial. Entretanto, o conceito é bastante amplo e complexo: designa - a princípio - uma sensação de medo, provocada por algo medonho, pelo desconhecido.
Mas o problema, é que o termo, quando generalizado, dificulta a compreensão do fenômeno e remete a um preconceito vazio. Ora, quando se ouve a palavra terrorista, de imediato, não se pensa apenas em grupos árabes, em defesa de seus interesses nacionais, territoriais e religiosos.
Num primeiro momento, o ouvinte é levado a intuir tais grupos, como pessoas prontas para fazerem o mal pelo mal, pessoas monstruosas que sentem prazer em praticar as maiores atrocidades. E o pior é que o termo, usado indiscriminadamente por parte dos jornalistas responsáveis pela notícia, induz o desavisado, a um fortalecimento ideológico.
A partir disso, as pessoas comuns, profissionais das variadas áreas, passam a usar o termo desmesuradamente e, como acontece nos dias de hoje, sempre para designar homens de turbantes, islâmicos de armas na mão. Pior ainda é perceber professores, titulares de disciplinas em ciências sociais aplicadas, usarem o termo, sem maiores critérios; sem se dar conta, reforçam um pensamento xenofóbico.
Acontece que alguns conceitos trazem nas suas franjas as que dificultam , sobremaneira, a sua compreensão; sim, terrorismo é a prática corrente do terror. Mas é preciso pensar o tal do terror. O que leva alguém a definir o fenômeno? Em primeiro lugar é preciso ser dito, ninguém se sente terrorista, mas sempre um valoroso soldado, defendendo uma causa justa.
De um lado está o Ocidente que historicamente interfere nas políticas sociais e econômicas do povo islâmico; do outro, está o Oriente Próximo, revidando e impondo sua fé. Cria-se então, um pensamento maniqueísta, onde reina o bem o mal, anjos e demônios. O que dificulta a compreensão é que todos se sentem anjos e todos levam ao outro, sempre, à condição de demônio.
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