segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Brasil, Educação e Investimento

Certa vez um professor do curso de Matemática queixou-se: "os alunos vêem do ensino médio sem conhecer a equação de segundo grau", no que o professor de Direito devolveu: "pois é, os alunos vêm para a universidade sem conhecer a Formação do Estado Brasileiro". Certamente que o tema é amplo, mas a situação é que se persiste tanto em determinados conteúdos e não se atenta para outros, tão ou mais necessários na formação de um indivíduo. Os brasileiros, de um modo geral, estão convictos de que o que liberta um povo é a educação, e é verdade: o conhecimento é um bem que auxilia fortemente na capacidade de decisão e é o único bem que não lhe pode ser roubado. Portanto, nestes dias, quando o governo brasileiro anuncia como tema de ação para um novo mandato - Brasil, Pátria Educadora - convém que se faça reflexões a respeito. Alguns pontos precisam ser levantados. Primeiro, a educação brasileira está deficiente pela falta de investimento material e humano ou de investimentos mal distribuídos. Isso significa que alguns estados, ou regiões, são melhores contemplados, de acordo com suas forças representativas na economia e na política do País. Segundo, é preciso urgentemente repensar o que se quer ensinar em escolas brasileiras e o que é necessário descartar por não contribuir para uma construção cidadã. E um terceiro ponto, é urgente um debate sobre a freqüência dos jovens nas escolas, a próximidade destas às suas casas e o estabelecimento para todo o Pais de um sistema de ensino em tempo integral. No primeiro caso o País precisa repensar a distribuição dos seus investimentos em educação, já que hoje tem estados com até 17 universidades federais, enquanto outros com apenas uma unidade, há regiões com escolas equipadas por completo e outras, sem água, sem luz e com vidraças e telhas quebradas. Alguns estados e municípios brasileiros possuem resultados na educação próximos aos de países ricos, enquanto em, algumas regiões brasileiras, a reprovação e a evasão estão próximas aos de países mais pobres do globo. Assim como de nada adiantarão os investimentos se nao repensarem os conteúdos abordados nas salas de aulas. De nada adianta se possuir conhecimentos que apenas darão uma moldura erudita, mas que nao trarão uma eficiência cidadã. Os brasileiros saem do ensino médio sem qualquer conhecimento da Constituição Federal, do Código de Defesa do Consumidor ou dos Direitos Humanos, sem qualquer conhecimento de como ocorrem as grandes transações  econômicas mundiais, de como ocorre a conjuntura econômica do Brasil, ou mesmo a economia em seu próprio bolso.

2 comentários:

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  2. De nada adianta se possuir conhecimentos que apenas darão uma moldura erudita, mas que não trarão uma eficiência cidadã." Acredito que essa frase resume a busca pela verdadeira e boa Educação. Com certeza, também deve-se investir pesado e, de forma justa,para uma Educação de qualidade. Ótimo texto.

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